Liberdade de Expressão

 

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sexta-feira, novembro 28, 2003

 
Análise desportiva tipo Blog

O Sporting levou 3-0 de uma equipa com um nome impronunciável. Fernando Santos viu lenços brancos, provavelmente rendados (quem são estes rotos que levam lenços brancos rendados para um estádio de futebol?).

É mais que óbvio que o Engenheiro deixou ter condições para treinar o Sporting. Dias da Cunha não tem outra alternativa senão escolher outro treinador. Em Alvalade, o apoio dos sócios é essencial para a continuação do treinador e penso que estão finalmente criadas as condições para o retorno de Octávio Machado ao clube ...

Sendo verdade que ainda estamos em início de época, também é verdade que o Sporting já está a 7 pontos do primeiro classificado do campeonato, embora estando em segundo lugar, e já foi eliminado da UEFA, o que constitui um enorme prejuízo financeiro, e não nos podemos esquecer que o Sporting é uma empresa cotada na bolsa.

Acresce a isto que o Sporting tem um estádio novo que tem que rentabilizar, e este estado de coisas não se coaduna com as exigências deste novo século.

Este treinador não serve ao Sporting. Veja-se que, enquanto Boloni lançou um caderno de apontamentos (um Blog de papel) e três grandes jogadores, que tanto dinheiro renderam ao Sporting, livrando o clube da falência certa, Fernando Santos ainda não lançou nenhum (nem jogador, nem caderninho de apontamentos, nem Blog a sério).

Espera-se agora que os dirigentes do Sporting não se limitem às habituais frases de apoio e circunstância e que, em vez disso, tomem medidas consentâneas com os pergaminhos deste Grande do Futebol Português (TM).

Caso Dias da Cunha opte por manter o treinador, o que é impensável, tem de certezinha os seus dias contados. É que os sócios já estavam descontentes com esta direcção após a venda de 3 grandes jogadores ao desbarato e não perdoarão mais um ano sem vitórias.



Post inspirado por este post do Terras do Nunca

 
Sucessos do investimento público I

O Edifício Transpartente no Porto.

PS - Esta série é dedicada a todos os investimentos públicos que se destacam pelo seu elevado retorno económico.

 
No Natal, os correios atrasam

A baixa produtividade da causa deles deve-se ao acordo com os CTT. O Blog da Causa Deles é actualizado por correio azul.

quarta-feira, novembro 26, 2003

 
Somos todos keynesianos II

Diz o Irreflexões:


O lúcido Liberdade de Expressão ou não percebeu ou finge não saber que o défice actual não significa maior investimento (pelo contrário, significa menor investimento).

Ele resulta de um descalabro do lado das receitas e do facto de, do lado das despesas, se ter sacrificado o investimento e mantido (e até aumentado) a despesa corrente, apesar da saída de uns quantos milhões do défice pela via da empresarialização de alguns hospitais.


Tudo isso é irrelevante para o meu argumento. Quer o dinheiro seja gasto em investimento, quer seja gasto em despesa corrente, quer seja poupado em impostos, a verdade é que o estado está a injectar 5% do PIB na economia. Os efeitos a curto prazo na economia têm forçosamente que ser os mesmos.

Os efeitos do investimento só se sentem a longo prazo. Aliás, Portugal devia estar agora a beneficiar dos efeitos dos investimentos do governo Guterres. Onde é que eles estão?

O investimento do estado só tem efeitos na actual crise através do aumento das despesas. Nunca através do retorno do investimento.

 
A Taça América e o Culto da Carga II

Só para ilustrar o meu ponto. Títulos do Portugal Diário:


  • Quando se perde todos ralham

  • Vela: PSD acusa PS de reacção «primária»

  • Taça América: «Importante é ter iniciativa», diz Sampaio

  • Docapesca: empresas atrasam saída

  • Pescadores recusam responsabilidade

  • «Valências da nossa costa não chegaram»

  • Comerciantes de Cascais culpam Governo

  • «É bem feita», dizem pescadores

  • Lisboa perde milhões

  • Valência à frente de Lisboa

  • Protestos de pescadores afastam Taça América

  • Taça América: Governo não se empenhou, diz Lello

 
A Taça América e o Culto da Carga

Esta história dos Grandes Desígnios Nacionais (TM) cria situações típicas dos cultos da carga de determinadas ilhas do Pacífico.

O sucesso depende, não do esforço e do trabalho contínuo e dedicado, mas de um único evento milagroso que será a solução de todos os problemas nacionais.


imagem tirada daqui


Desta vez foi a Taça América. Faltou-nos "um bocadinho assim".

Recentemente, quando a Espanha foi apurada para o Europeu, safámo-nos por "um bocadinho assim". Mas, e se a defesa norueguesa tivesse acertado ?

Estamos condenados a uma angústia colectiva permanente. O futuro depende sempre de um evento milagroso que ninguém controla.

Quando alguém coloca as suas esperanças num evento que não controla, o resultado só pode ser a frustração.

É a vida

PS - A imagem é um modelo de um avião. Nos anos da 2ª Guerra Mundial, os nativos da Nova Guiné construíram pistas de aviação e modelos de aviões. Esperavam desta forma atrair aviões verdadeiros e a respectiva carga.

 
Boas notícias

A Taça América vai para Valencia!

Agora os portugueses vão ter que se dedicar aos moldes, à biotecnologia, à biomedicina, à moda, à indústria automóvel, à logística, à distribuíção, à informática, ao comércio electrónico, aos semicondutores, aos call centers, às comunicações, à produção e distribuíção de electricidade ...


 
Segredo para o sucesso em Portugal: regimes legais especiais, muito dinheiro e outsourcing da direcção

António Barreto explica o milagre dos estádios:

A verdade é que os estádios estão prontos, já neles se joga futebol e, parece, são de excepcional qualidade (o de Braga, que já vi, ainda em acabamentos, é de uma indescritível beleza, posso afirmar!). Finalmente, o génio do improviso, a esperteza do malandro e o sistema D (D... de desenrasca) foram postos de parte e substituídos pelo bom planeamento, pelo calendário rigoroso, pelo alinhamento sem falhas, pela concepção a preceder a construção, pela fiscalização minuciosa, pelo acompanhamento severo e pela punição de quem não cumpre! Quando percebi isto, senti que o meu realismo estava a ser ultrapassado por uma autêntica revolução de mentalidades e por uma profunda reforma de métodos e organização.

Uma investigação ligeiramente mais ponderada trouxe-me explicações para tão inédito feito. Fiquei a perceber mais coisas. Não apenas o facto de o Estado não se ter ocupado do assunto e não ter criado mais empecilhos. Não só o facto de estes empreendimentos terem sido considerados "prioridade absoluta" e terem escapado a todos os obstáculos do ambiente, das câmaras, das finanças, dos planos de ordenamento, do tribunal de contas, dos processos judiciais, da administração fiscal e dos calendários habituais que são o fardo normal de qualquer cidadão. Não também a hipótese de muita gente, competente para desenrascar, ter ganho muito dinheiro com estas obras. Percebi sobretudo que, se isto funcionou, foi porque os europeus tomaram conta. Instalaram-se cá, lideraram a organização, fizeram os calendários, acertaram os relógios, nomearam ou aprovaram os responsáveis, fiscalizaram as obras, acompanharam, avaliaram, ameaçaram, castigaram, pressionaram, estudaram e decidiram.

 
Somos todos keynesianos

No dia de ontem ficou claro que a única alternativa à política da nossa ministra das finanças é mais despesa pública. Até os liberais parecem concordar

Mas a Dra Manuela Ferreira Leite é brilhante. Tem é sido incompreendida.

A Dra Ferreira Leite defende, e bem, deficits baixos para o orçamento português. Afinal são os portugueses que o pagam.

E defende o estímulo das nossas exportações através do aumento da despesa e dos deficits da França e da Alemanha. Falta saber quem vai pagar esses deficits, se os contribuintes alemães e franceses, se toda a zona euro através da inflação.

Ao mesmo tempo, a Dra Manuela tem um deficit real de 5%, o qual devia satisfazer todos aqueles que defendem que o estado deve injectar dinheiro na economia. E tem um deficit nominal de 3% que devia satisfazer todos aqueles que acham que o estado não se deve endividar.

É o melhor dos dois mundos.

Como somos todos keynesianos, o AAA tem razão. A Dra Manuela não podia fazer melhor.



 
Offshore Lisboa-Cascais em preparação

Se a Taça América vier para Portugal, o governo vai conceder, através de uma lei especial, beneficios fiscais aos membros das equipas participantes.

 
Offshore da sacristia vai acabar

Padres que trabalham na função pública vão pagar impostos.

terça-feira, novembro 25, 2003

 
O PEC, o EURO e a Tragédia dos Comuns

Para que serve o PEC? A Causa Liberal explica.

 
Post Censurado

 
A ler na revista do Expresso

A diferença entre a atitude jacobina e a atitude liberal perante a liberdade religiosa.

Em França, as adolescentes muçulmanas vão ser proíbidas por legislação especial de usar o véus islâmico nas escolas públicas.

No Reino Unido, por decisão dos tribunais, os polícias Sikh podem usar turbante.

 
A saúde não é um negócio

No Correio da Manhã:

O protesto, convocado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), tem por objectivo exigir o pagamento das horas extraordinárias realizadas pelos médicos durante o ano de 2002, que se encontram a trabalhar em regime de 35 horas semanais.

Os 21 médicos do IPO aderiram à greve, segundo Mário Serralva, do SIM, em declarações à TSF. No entanto, a paralisação provocou o adiamento de cerca de uma dezena de cirurgias marcadas para hoje. Esta situação pode voltar a verificar-se, já que os clínicos do IPO têm nove dias de greve agendadas.

sábado, novembro 22, 2003

 
Ministro da educação concorda consigo próprio

Há um ano, o Ministro da Educação criou uma comissão, composta por pessoas da sua confiança, que devia propôr soluções para os problemas do ensino da matemática. Durante meses a comissão não produziu nada e várias pessoas acabaram por sair. Há dois meses o próprio ministro passou a presididir à comissão. Agora saíram as conclusões. E o mais surpreendente é que o ministro concorda com elas. No Público:

Trata-se de alterações que esta comissão - que funciona como órgão consultivo do ministro e é presidida pelo próprio desde a saída pouco pacífica de António Manuel Baptista, que a liderava -, considera poderem ajudar a "eliminar os pontos de tensão que, devido a erros e indefinições, persistem no sistema".

Muitas das sugestões enquadram-se na linha dos princípios defendidos por este Governo e encontram-se mesmo integradas no documento orientador da revisão curricular do ensino secundário ou na proposta de lei de bases da educação, neste momento em discussão. Por isso mesmo, David Justino afirmou ontem que subscreve a "esmagadora maioria" das recomendações.

O próximo passo da comissão será debruçar-se sobre o problema do ensino das ciências, culminando na elaboração de um novo relatório e de propostas destinadas especificamente a esta área.


Daqui a 3 ou 7 anos, a Dra Ana Benavente estará no governo e presidirá a uma nova comissão que chegará a conclusões opostas a estas com que a própria Dra Ana Benavente concorda. É a vida.

sexta-feira, novembro 21, 2003

 
Quem é Sabine Herold ?


 
As externalidades, quando nascem, nascem para todos

Sobre a nova taxa sobre os combustíveis, um dirigente ambientalista terá dito:

"A proposta não pode abranger só o gasóleo verde e a gasolina sem chumbo, deve abranger todos os combustíveis usados nos automóveis, porque todos produzem dióxido de carbono"


Este senhor tem toda a razão. Mas não devia ter ficado por aqui. Os combustíveis usados noutras actividades também são fontes de CO2. E isto inclui, entre muitas outras coisas, as próprias florestas, que quando ardem libertam CO2. Se quem consome combustíveis tem que pagar uma taxa a um fundo florestal, o fundo florestal terá que devolver dinheiro de cada vez que o CO2 for libertado durante um incêndio.

Mas o problema não acaba aqui. O metano também é um gás de estufa. E as vaquinhas libertam metano. E os campos de arroz também. E os aterros sanitários. É preciso taxá-los.




quinta-feira, novembro 20, 2003

 
Células combustíveis, a economia do hidrogénio e o ambiente

uso generalizado de hidrogénio pode destruir a camada de ozono

 
Mudanças no ReporterX

O ReporterX passou a ter uma versão em inglês. Percebe-se a opção. Num país provinciano, as pressões externas produzem sempre alguns resultados. Em tempos, Otelo Saraiva de Carvalho era visto, em determinados círculos internacionais, como um preso político. Pode ser que funcione.

Começa assim a historinha:

FOR SEVERAL MONTHS NOW we in Portugal have been experiencing an outbreak of hysteria in the form of an epidemic of sexual abuse allegations.
.

Entretanto, Van Krieken está a usar o domínio reporterX.com para emails. Ficamos a saber que o ReporterX reside no Burkina Faso:

reporterX
POBox 1001
Burkina, 10000 123
BF

Domain Name: REPORTERX.COM

Administrative Contact
reporterx Mr.-> info@reporterx.com
reporterx
reporterx
burkina, 10000 123
BF
Phone 1234567
Fax 1234567
Technical Contact
reporterx Mr.-> info@reporterx.com
reporterx
reporterx
burkina, 10000 123
BF
Phone 1234567
Fax 1234567

Record updated on-> 2003-09-14 15:54:10
Record created on-> 2003-09-14
Record expiring date-> 2004-09-14
Database last updated on-> 2003-11-19 21:30:02 EST

Domain servers in listed order:

NS1.PRESS-HOST.COM 209.67.60.200
NS2.PRESS-HOST.COM 216.65.117.11

 
Pode a inteligência artificial suplantar a inteligência humana?

When will computer hardware match the human brain?

This paper describes how the performance of AI machines tends to improve at the same pace that AI researchers get access to faster hardware. The processing power and memory capacity necessary to match general intellectual performance of the human brain are estimated. Based on extrapolation of past trends and on examination of technologies under development, it is predicted that the required hardware will be available in cheap machines in the 2020s.

 
O euro está salvo

Quem viu os falhanços da defesa norueguesa? Pois é, o sucesso do grande desígnio nacional dependia daquilo. A Espanha está no europeu. O europeu está salvo.

 
Cuidado!

O post anterior contém perigosos keynesianismos (sim, o do Cravinho).

 
João Cravinho e o TGV

Boa entrevista de João Cravinho à SIC Notícias sobre o TGV. Mostrou que os planos quinquenais a existirem, devem ser planeados e executados por tecnocratas pois estes ao menos percebem para que serve o plano.

Pontos relevantes levantados na entrevista:

1. Cravinho defende que os espanhóis não estão interessados na linha Aveiro-Salamanca e que esta linha nunca será feita;

2. Cravinho diz que o trajecto Porto-Vigo-Madrid é mais curto do que o trajecto Porto-Lisboa-Madrid. A ser verdade, isto significa que o tráfego do Norte de Portugal que se dirige a Madrid segue pela Galiza.

3. Cravinho defende que os espanhóis conseguiram dividir o território nacional em dois. Desta forma, o tráfego internacional segue, na maior parte do percurso, em linhas espanholas. Como o tráfego do norte de Portugal segue pela Galiza, os espanhóis garantem a rentabilização da linha Vigo-Madrid.

4. Defendeu que a opção actual liquida a OTA e abre as portas ao um novo aeroporto em Rio Frio . Fez algumas insinuações sobre especulação imobiliária e sobre um lóbi de Rio Frio.

5. Disse que as previsões de tráfego entre Porto e Lisboa estão sobre-avaliadas em cerca de 100%.

6. Cravinho defende que o T deitado contribuiria para a criação de uma grande área metropolitana localizada no litoral com cerca de 7 milhões de habitantes. Como a linha Porto-Lisboa é a terceira ligação a ser concluída, essa área metropolitana fica temporareamente dividida em duas.

 
TGV e o investimento privado

Diz o Irreflexões:

Quem defendeu o irrealismo das opções do Governo em matéria de transporte ferroviário usou, muitas vezes, o argumento de que não era rentável. Pois bem, o mercado diz que é. E agora?


O Irreflexões refere-se a isto:

Com o desenho a configurar quatro ligações de alta velocidade a atingir a fronteira espanhola, há já privados interessados, que fizeram chegar as suas propostas ao Governo e à RAVE - Rede de Alta Velocidade. Uma das empresas que já manifestou interesse foi a Brisa, que apresentou uma proposta técnica para concorrer à gestão do projecto ferroviário, mas o ministro afastou, numa primeira fase, a entrada de privados na exploração do serviço, embora admita que o sector venha a entrar no financiamento do projecto, numa margem entre os 15 a 30 por cento.


Mas, claro, isto só prova que as empresas privadas adoram dinheiro público. Quem vai investir vai ser o estado. As empresas privadas, quanto muito, vão contribuir com uma parte relativamente pequena do investimento. Mas não vão correr riscos, nem estão muito dispostas a corrê-los. Os riscos cabem ao estado que pagará sempre a conta. É óbvio que todas as grandes empresas querem um naco dos contratos que se adivinham.

 
E até vai haver um lugar para um Blogger

A Grande Loja informa (ou então estão a gozar connosco) que Pedro Santana Lopes defende um Senado onde estejam representados, entre outros, os agentes económicos, as universidades, a comunicação social e o poder judicial.

E o futebol? Como é que fica?

quarta-feira, novembro 19, 2003

 
Extra! Extra! A SIDA é causada por um vírus

Quase 20 anos após a descoberta do HIV, o governo Sul Africano começa a aceitar que a SIDA é causada por um vírus.

Até há pouco tempo, Mbeki defendia que a SIDA era causada por subnutrição e más condições sanitárias. Uma prova prática que, em política, o irracionalismo pode ser muito pior que uma fé excessiva no racionalismo.

 
Em breve neste blog IV


José Castelo Branco (que se lixe)
mais TGV
políticas de inovação

ainda mais TGV
mais sobre células combustíveis e a economia do hidrogénio
mais sobre políticas de inovação
as origens dos eucariontes
Taça América e o PIB
experiências In Silico
What is the proper method to conduct research in economic science?
exabytes

Quanto custa uma vida humana? (novo)
Cluster de bio-investigação no Porto (novo)
Pode a inteligência artificial suplantar a inteligência humana? (novo)

 
Células combustíveis, a economia do hidrogénio e o ambiente

As células combustíveis são o Santo Graal dos ambientalistas. Estas células convertem hidrogénio em energia electrica e vapor de água. São, aparentemente, não poluentes.

No entanto, as células combustíveis têm dois problemas:


  • ainda estão numa fase inicial de desenvolvimento;
  • o hidrogénio não é uma fonte primária de energia e tem que ser produzido a partir de outras fontes de energia.


A introdução no mercado de carros movido a células combustíveis não resolveria completamente os problemas ambientais. As fontes de poluição seriam transferidas para as unidades de produção de hidrogénio que teriam que funcionar à base de fontes de energia tradicionais. Para alem disso, e segundo um artigo recente na Science, o próprio hidrogénio pode tornar-se num poluente relevante se passar a ser utilizado em grandes quantidades.



 
Transportes Rodoviários e Externalidades II

O Irreflexões não me convence:

Antes fosse verdade que "os custos de congestionamento e decorrentes de acidentes são custos suportados pelos utilizadores dos transportes rodoviários". Mas não é, apesar do que afirma o Liberdade de Expressão . O transporte rodoviário não cobre estes custos e tão pouco os ambientais. Apesar do ISP.


Diz isto, mas não acrescenta mais nada. Não responde sequer ao argumento. Diz que os custos de congestionamento são suportado por terceiros, mas não explica como.

Ora, o custo dos congestionamentos é ficar-se parado no meio do trânsito. E o custo dos acidentes é a morte ou o estropiamento. Quem fica parado na estrada, quem morre, quem fica estropiado são os utentes dos transportes rodoviários. São eles que sofrem as consequências. Por isso, esses custos já estão internalizados e pesam na opção que cada utente faz todos os dias. O que chateia os defensores dos transportes colectivos é que as pessoas preferem passar horas no trânsito a viajar nos transportes públicos.

O Irreflexões também nos informa que "o transporte rodoviário provoca, grosso modo, 15 vezes mais custos ambientais que o transporte ferroviário ".

Este é um número surpreendente que nos faz suspeitar que o transporte ferroviário deverá violar as leis da física. É que a energia necessária para transportar um passageiro de um lado para o outro não pode ser muito maior para o transporte rodoviário. Quanto muito será o dobro, ou o triplo, mas nunca 15 vezes maior. E a poluição será, grosso modo, proporcional à energia dispendida.

Esse factor de 15 pode ser válido para países como a França, onde há excesso de energia eléctrica e só 10% da energia eléctrica é que é produzida a partir de combustíveis fósseis. Mas por cá as necessidades energéticas futuras terão que ser satisfeitas por centrais alimentadas por combustíveis fósseis.

Mas o argumento é falacioso por outros motivos.

Por um lado, o transporte rodoviário não substitui o transporte rodoviário. É o próprio Irreflexões que defende a tese da indução. Mais transporte ferroviário não implica necessariamente menos transporte rodoviário. Implica maior mobilidade, maior consumo energético e mais poluíção. É a própria Quercus que o diz.

Por outro, a relação "15 vezes maior" não é significativa. O que o irreflexões tem que mostrar é que os efeitos da poluição na saúde humana são 15 vezes maiores e que esses efeitos são significativos. É que o dano não varia linearmente com a quantidade de poluíção emitida e, para alem disso, os seres humanos suportam bem as emissões actuais.

O Irreflexões também parece atribuir uma dupla importância à perda de vidas humanas. O problema dessa abordagem é que todas as vidas humanas podem ser salvas a um dado preço. Com mais dinheiro para a prevenção ao cancro podemos salvar milhões e com mais dinheiro para a investigação sobre a malária podemos salvar milhões. Sendo assim, o transporte ferroviária compete com outros investimentos que também permitem salvar vidas humanas. Se é que o transporte ferroviário salva vidas humanas. A teoria do tráfego induzido diz-nos que não.


 
Economia informal nos países da OCDE

aqui

OECD countries : In the 21 OECD countries in 1999–2001, Greece and Italy had the largest shadow economies, at 30 percent and 27 percent of GDP, respectively. In the middle group were the Scandinavian countries, and at the lower end were the United States and Austria, at 10 percent of GDP, and Switzerland, at 9 percent. More particularly, the South European countries (Greece, Italy) have an underground economy almost one third as large as the officially measured GNP: followed by Spain, Portugal and Belgium having a shadow economy between 20-24 % (of official) GNP. According
to these estimates, the Scandinavian countries also have a sizeable unofficial economy (between 18-20 % of GNP), which is attributed mainly to the high fiscal burden. The “central” European countries (Ireland, the Netherlands, France, Germany and Great Britain) have a smaller underground economy (between 13-16 % of GNP) probably due to a lower fiscal burden and moderate regulatory restrictions. The lower underground economies are estimated to exist in countries with relatively low public sectors (Japan, the United States and Switzerland), and comparatively high tax morale (United States, Switzerland).

Estes dados são interessantes porque mostram que a evasão fiscal não é um problema exclusivamente nacional. Ocorre em lugares inesperados, como nos países nórdicos. É uma ilusão pensar-se que Portugal vai conseguir acabar com a evasão fiscal através da repressão, da fiscalização ou da educação dos contribuintes.

 
A Dona Alzira não paga impostos e a culpa é do governo

Diz a Grande Loja:

Sim, porque uma quebra de 20% [no IVA] não pode ser imputada apenas ao anterior Governo PS, ao 11 de Setembro, à crise global ou aos factores imponderáveis descortinados miraculosamente por Jorge Neto, mas sim, e também a um fracasso absuluto e total do combate à fraude e evasão fiscal !


Bem, uma descida da receita só pode ser imputada ao governo se o governo tomou medidas que favorecem a fuga ao fisco. Se o governo se limitou a não combater a fraude, então a quebra no IVA tem que ser explicada pelos outros factores. Se este governo não alterou nada em relação ao governo Guterres, então, se todos os outros factores se tivessem mantido constantes, a fuga ao fisco deveria ser a mesma. Mas se não é, que medidas é que o governo tomou que favoreceram a fuga ao fisco?

Mais importante: porque é que todos os governos falharam o combate à evasão filcal? Porque é que não devemos ficar surpreendidos se a fuga ao fisco aumenta em tempo de crise?

A fuga ao fisco é tanto maior quanto maiores forem os incentivos para fugir. E os incentivos são maiores quando os impostos são elevados, a burocracia é complicada, as leis do trabalho são pouco flexíveis e as taxas à segurança social são altas. Em tempo de crise, os incentivos aumentam ainda mais porque as receitas habituais diminuem. Uma fracção significativa dos agentes económicos refugia-se na economia informal para manter o mesmo nível de receitas.

Todos os governos falharam no combate à evasão fiscal porque nenhum tentou diminuir os incentivos à fuga.

terça-feira, novembro 18, 2003

 
Outros muros

Hoje, Miguel Portal dizia que Israel construiu o primeiro muro da vergonha do século XXI. Bem, existe uma diferença entre o muro de Berlim e o muro israelita. O muro de Berlim impedia as pessoas de sair. O muro israelita impede as pessoas de entrar. Não é uma diferença pequena.

Mas há outros muros por aí. Aqui mesmo ao lado, no Timor ao pé da porta a que ninguém liga, os marroquinos construíram um muro de 1500 km que divide o Sara Ocidental em duas partes.



Este muro tem uma função ainda mais interessante: serve proteger os colonos marroquinos que emigraram para o Sara Ocidental da Frente Polisario e para manter este grupo fora do seu próprio território.

 
Défice orçamental já vai entre 5% a 5,5% do PIB

Pois é. Se não contássemos com as receitas extraordinárias, o défice seria de 5%. Segundo a teoria económica mais popular, aqueles 2% a mais deveriam estar a estimular a economia. Mas não estão. São cerca de 3 mil milhões de euros de "incentivos " que não produziram efeito nenhum.

 
TGV e a opção nuclear

O TGV consome energia eléctrica.

O transporte rodoviário consome combustíveis fósseis.

No entanto, há países em que grande parte da energia eléctrica é produzida em centrais nucleares. Noutros, a energia eléctrica é, na sua maior parte produzida a partir de combustíveis fósseis.

A opção pelo TGV e pelo transporte ferroviário faz mais sentido em países onde foram feitos enormes investimentos em energia nuclear e onde a energia eléctrica é mais barata.

E o vencedor é... a França:

França
Electricity - production by source:
fossil fuel: 10.77%
hydro: 12.45%
nuclear: 76.24%
other: 0.54% (1998)
Electricity - exports: 62 billion kWh (1998)
Electricity - imports: 3.95 billion kWh (1998)

Espanha
fossil fuel: 48.23%
hydro: 19.16%
nuclear: 31.23%
other: 1.38% (1998)
Electricity - exports: 5.6 billion kWh (1998)
Electricity - imports: 9 billion kWh (1998)


Alemanha
Electricity - production by source:
fossil fuel: 65.77%
hydro: 3.2%
nuclear: 29.06%
other: 1.97% (1998)
Electricity - exports: 39.1 billion kWh (1998)
Electricity - imports: 38.56 billion kWh (1998)

Portugal
Electricity - production by source:
fossil fuel: 64.5%
hydro: 31.3%
nuclear: 0%
other: 4.2% (1998)
Electricity - exports: 3.479 billion kWh (2001)
Electricity - imports: 3.743 billion kWh (2001)

Estados Unidos
Electricity - production by source:
fossil fuel: 71%
hydro: 7%
nuclear: 20%
other: 2% (200)
Electricity - exports: 14.829 billion kWh (2000)
Electricity - imports: 48.879 billion kWh (2000)


Estes dados explicam muita coisa. Explicam, por exemplo, porque é que a França fez uma opção estratégica pelo TGV. Explicam porque é que determinados países estão preocupados com a situação no Médio Oriente e outros não.

 
Transporte rodoviário e externalidades II

O Irreflexões diz que quando falava de externalidade falava dos custos de congestionamento e dos ambientais e decorrentes de acidentes. Ora, os custos de congestionamento e decorrentes de acidentes são custos suportados pelos utilizadores dos transportes rodoviários. Ninguém anda de automóvel para passar esses custos a terceiros. Essas são razões para as pessoas andarem noutros transportes e por isso não podem servir para justificar a opção forçada pelo transporte ferroviário. Não podem ser considerados externalidades. Quanto aos custos ambientais, estes podem ser cobrados directamente aos utilizadores através de taxas sobre os combustíveis. Erros na estrutura dos impostos sobre os automóveis também não podem servir para justificar a opção ferroviária.



segunda-feira, novembro 17, 2003

 
Transporte rodoviário e externalidades

O Irreflexões afirma que as externalidades geradas pelo transporte rodoviário estão a ser pagas pelo público em geral, e não pelo utilizador particular. Dados os elevados impostos cobrados sobre o uso do automóvel (imposto automóvel, imposto sobre combustíveis), como é que o Irreflexões chega essa conclusão?

sábado, novembro 15, 2003

 
Se a vida humana já é inviolável

Artigo 24º da constituíção em vigor

(Direito à vida)

1. A vida humana é inviolável.


(Ao Bloguítica)

Este é um exemplo de um artigo imparcial. Não favorce nenhuma forma de vida humana em particular. Não favorece aqueles que são mais pobres, ou que pertencem a um determinado sexo ou classe social. Não procura impôr nenhuma opção sobre ninguém de forma ilegítima. Diz apenas que a vida humana é inviolável. Qualquer vida humana.


 
É preciso salvar o PS

Parece que o PS está com problemas financeiros. Os capitalistas não contribuem. O estado paga pouco. Os militantes fogem ao fisco e não pagam quotas. A direcção optou pela centralização das cobranças. Resultado: só 15% dos militantes é que pagam a quota de 2 euros mensais.

O PS tem um problema e eu quero ajudar. Aqui ficam algumas medidas:


  • Ferro Rodrigues deve aplicar as ideias que tem para combater a evasão fiscal ao seu próprio partido;
  • O partido tem que investir. Para investir terá que aumentar o déficite;
  • O partido deve investir na formação dos seus funcionários, numa nova sede, num novo parque automóvel e em jardins de infância para os filhos dos funcionário;
  • em situação alguma o partido deve despedir funcionários ou cortar nas regalias. O partido deve pagar mais aos funcionários reformados ou em baixa;
  • O partido deve apostar na investigação e desenvolvimento: um novo gabinete de estudos com investigadores doutorados;
  • O PS deve organizar um grande evento internacional que justifique a construção de qualquer qualquer coisa.


E pronto. Se funciona com um país inteiro também vai funcionar com um partido.

 
O tempo da economia não é o tempo da vertigem mediática


Diz o Bloguítica:


A taxa de desemprego em Portugal subiu uma decima, para 6,3%, no terceiro trimestre de 2003, reflectindo o obvio mau momento da economia.
Por outro lado, o indice de precos no consumidor aumentou 0,6% em Outubro face a Setembro.


Dado que indicadores como a inflação e o desemprego têm um ciclo natural anual, variações mensais e trimestrais nada dizem sobre o estado da economia.

E diz ainda:

Vinte meses depois deste Governo ter tomado posse, dizer que o actual estado da economia portuguesa e' culpa exclusiva de Antonio Guterres comeca ja' a ser pouco serio. E' uma meia verdade.


Dado que a economia tem ciclos de cerca de 10 anos e dado que as políticas económicas só têm efeitos a longo prazo (2, 3, 4 anos), o actual estado da economia nada nos diz, por si só, sobre o acerto das medidas do governo.

O Bloguítica conclui:

So' nao percebe quem nao quiser...


Pois ... E quem tem demasiada pressa? Percebe?


 
Políticas de Inovação I

O Bloco de Notas queixa-se que lhe roubam todas as ideias. Suponho que se refere ao Frescos.

Este é um dos problemas das inovações bem sucedidas: se são públicas, são rapidamente copiadas. Se são secretas podem ser reinventadas. Se são patenteadas, as patentes são contornadas sempre que possível.


sexta-feira, novembro 14, 2003

 
Reparem no duplo padrão

aqui

Linhas de Esquerda sobre Pedro Namora:

Em relação ao Pedro Namora, penso apenas que quem ataca e quem tem um dedo mais rápido que o Lucky Luke a apontá-lo para toda a gente gritando pedófilo, estes factos não lhe conferem muita credibilidade. E se é verdade que o seu alegado amigo não foi julgado, também é verdade que ele confessou a prática recorrente de actos de pedofilia.



Linhas de Esquerda sobre Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues:

É com estranheza que vejo o João Miranda, paladino da liberdade, a cobardemente caluniar sub-repticiamente o nome de Ferro e Pedroso, de quem nunca se alegou qualquer relacionamento com algum pedófilo confesso ou se apresentou outros indícios de práticas pedófilas, nunca dando o benefício da dúvida e eliminando logo a presunção da inocência até à sentença por parte de qualquer arguido.


Estão a ver a diferença?

Sobre o Pedro Namora, todas as dúvidas são legítimas. Parece até que quem confessa um crime perde o direito à presunção de inocência.

Sobre Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso nenhuma dúvida é legítima. Apesar de terem tutelado a Casa Pia e não terem demitido o provedor, apesar do caso CIDEC, apesar da existência de testemunhos (Paulo Pedroso) ou de alegados testemunhos (Ferro Rodrigues), apesar dos indícios de pressão sobre o procurador, apesar de todas as contradições e trapalhadas em que se envolveram.

É claro que eu defendo a posição que sempre defendi neste Blog: a presunção de inocência é uma figura jurídica. Não se aplica à vida pessoal, política ou social. As pessoas devem ser livres de fazer os seus julgamentos sobre o carácter dos outros sem precisarem de seguir os trâmites legais, desde que isso não tenha implicações jurídicas. E por isso o Linhas de Esquerda tem todo o direito de fazer os juízos que entender sobre o Pedro Namora. Tem é que me dar igual direito de fazer juízos de valor sobre Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues.

Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues são políticos, e não podem alegar que são credíveis até prova em contrário. Têm que demonstrar que são credíveis e estão sujeitos a escrutínio permanente.

 
Mais uma resposta ao Crítico II

Suspeito que o Crítico não tenha percebido completamente a minha posição. Tentei explicar que não é por a política dos EUA ser baseada em interesses que passa a ser menos ética que as alternativas não utópicas. Como eu tentei explicar, as intenções são irrelevantes. O que interessa são os resultados. E os resultados da política americana (e dos seus aliados) são mais éticos que as alternativas não utópicas porque os americanos têm um interesse próprio em que as coisas corram bem. Disso depende o seu prestígio, a sua segurança e a sua riqueza. Todos os outros actores têm interesse em que as coisas corram mal. Eu tenho o dever de apoiar a posição que me parece mais ética em função dos resultados e não em função das intenções.

 
Em breve neste blog III


racismo
filtros de spam
nanotecnologia
mais uma resposta ao crítico
TGV


mais TGV
células combustíveis e a economia do hidrogénio
políticas de inovação
José Castelo Branco
as origens dos eucariontes
Taça América e o PIB

experiências In Silico (novo)
What is the proper method to conduct research in economic science? (novo)
exabytes (novo)

 
Nanotecnologia

A ideia: manipular a matéria átomo a átomo.

O Graal: o Manipulador Universal, uma máquina programável capaz de manipular a matéria átomo a átomo e que permitiria a construção de qualquer outra máquina cuja existência seja possível.

Um profeta: Eric Drexler

Algumas promessas: Robots in Your Blood, Utility Fog

Tenham medo, tenham muito medo: The Gray Goo Problem

Um Slogan: There's Plenty of Room at the Bottom

Uma opção estratégica: National Nanotechnology Initiative

Uma start up:Zyvex

A vida eterna: Nanomedicina

Uma Bíblia: Engines of Creation

Um Weblog: NanoDot

Uma religião: Meet the Extropians

Um Apocalipse: A Singularidade

 
Este Blog tem memória

Remexendo nos arquivos deste Blog, descubro que em julho deste ano, o DN noticia que entre 25 de Novembro de 2002 e 13 de Fevereiro de 2003 um alto dirigente do PS teve um encontro com Pedro Namora. Na altura, o PS terá desmentido tal encontro.

Pedro Namora volta ao assunto:

O ex-casapiano garante que nunca sequer falou com Ferro desde que se desencadeou o escândalo de pedofilia. "Apenas falei com um elemento destacado do PS e e foi a título pessoal".

quinta-feira, novembro 13, 2003

 
Mais uma resposta ao Crítico

O Crítico Musical raciocina como um verdadeiro liberal e informa-nos que os países não têm ética, têm interesses. Eu acrescentaria as pessoas à lista. E depois?

A ética não é mais do que a estratégia evolucionariamente estável que resulta da defesa de cada um dos seus interesses. Nenhuma regra ética sobrevive se não servir os interesses dos membros de uma comunidade.

Mais importante: nem sempre as boas intenções produzem bons resultado e nem sempre uma política de interesses produzem maus resultados. Um país pode prosseguir os seus interesses contribuindo ao mesmo tempo, e sem intenção, para o bem estar dos outros.

O egoísmo do padeiro dá-nos o pão. Vícios privados, virtudes públicas. Tudo ideias liberais.

O Crítico diz-nos ainda que as democracias do Norte da Europa assustam os liberais. Não percebo porquê. As democracias do Norte da Europa não se fizeram num dia. Foram, nos últimos 200 anos, dos países que mais consistentemente respeitaram os princípios liberais. São países que já eram ricos quando Singapura era pobre e já eram politicamente liberais um século antes de Singapura se tornar num regime autoritário. E hoje são dos 12 países com maior índice de liberdade económica.

O que coloca poblemas aos liberais não são os países nórdicos. O problema é Singapura. É que Singapura não é um país liberal. Falta-lhe a componente política. E no entanto, tem um índice de liberdade económica elevado. Como é que os liberais explicam a existência de liberdade económica num regime autoritário?

 
TGV III

Dizem-me que as linhas Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid são rentáveis.

O que não me dizem é se é a exploração que é rentável, ou se é o investimento total que é rentável.

Também não me dizem qual é o custo de oportunidade.

Mas, uma coisa parece certa, os privados só estão interessados se o estado entrar com grande parte do investimento em infraestruturas.

 
Filtros de spam==censura ?

E os filtros de Spam também são uma ameaça à liberdade de expressão dos spammers?

 
TGV II

O TGV permite ligar o centro de duas grandes cidades. Dizem-me que esta é uma vantagem em relação ao avião porque o TGV poupa as deslocações dos aeroportos até ao centro. O problema é que as pessoas vivem e trabalham em áreas metropolitanas. E não exactamente nos centros urbano.


 
A morte cívica de Ulrich Schulz

Paulo Pedroso não aceita a sua morte cívica, e faz muito bem. A julgar pelo número entrevistas que tem dado, tem conseguido sobreviver.

Ulrich Schulz não teve tanta sorte. Ontem, o DN titulava:

Pj no rastro de perigoso pedófilo alemão


Estão a ver... O Sr Ulrich Schulz não foi julgado. É inocente até prova em contrário. Mas já é dado como perigoso pedófilo.

Nenhum dos habituais defensores do estado de direito e da presunção de inocência se deu ao trabalho de defender os direitos do Sr Ulrich Schulz. Se o Sr Ulrich Schulz for declarado inocente pelos tribunais, eu quero ver quem é que o vai compensar pelos danos entretanto causados por esta cabala.

O Linhas de Esquerda, por exemplo, em vez de defender o Sr Ulrich Schulz e o estado de direito, anda entretido a fazer insinuações sobre Pedro Namora, só porque foi alegado que Pedro Namora partilhou o apartamento e foi amigo de um alegado pedófilo (que também não foi julgado).

Lições a tirar de tudo isto:

1. A presunção de inocência só interessa quando dá jeito aos nossos. Isto é, aqueles que pertencem ao nosso partido, à nossa classe social ou à nossa organização corporativa;

2. Os nossos amigos acusados de pedofilia presumem-se inocentes.


3. Os nossos adversários, para serem suspeitos, basta que tenham um amigo suspeito de pedofilia. Por esta lógica, se os nossos amigos forem aucusados de pedofilia, nós próprios somos suspeitos;

quarta-feira, novembro 12, 2003

 
Sr Brás e a esquerda: a mesma luta

Sobre a a historinha do Sr Brás eu tenho alguns comentários:

1. Aqui há uns anos, a fabriqueta do Sr Brás esteve para falir. Infelizmente, a empresa foi salva porque a esquerda exigiu medidas para salvar os empregos que beneficiaram todas as empresas absoletas como a do Sr Brás. Os gestores competentes concluiram que não valia a pena e mudaram-se para outros sectores mais competitivos: banca, telecomunicações, moldes ... Ficou o Sr Brás.

2. Um pouco mais tarde, a fabriqueta do Sr Brás esteve para falir outra vez por causa dos produtos espanhóis de melhor qualidade e dos asiáticos mais baratos. Por pressão da esquerda, que pretendia salvar empregos, o governo conseguiu prolongar o período de transição e adiou a liberalização do sector.

3. Os trabalhadores do Sr Brás não são sindicalizados. O Sindicato das Fabriquetas há muito que está desactividado. Por um lado, os activistas mais talentosos há muito que se mudaram para sectores mais apetecíveis como a função pública, a banca ou os transportes, em especial, a TAP. Por outro, os trabalhadores perceberam rapidamente que as ideias dos sindicalistas nem sempre eram favoráveis aos seus interesses.

4. As mulheres que trabalham para o Sr Brás até poderiam ter outras condições de vida noutro sítio qualquer. O problema é que o dinheiro público destinado a acções de formação derreteu misteriosamente entre sindicatos e institutos públicos de formação profissional. Um caso que acabou por prescrever.

5. É mentira que os produtos do Sr Brás sejam vendidos nas grandes superfícies. A fabriqueta do Sr Brás nem sequer foi admitida aos testes de qualidade. Mas ele continua a dizer que os seus produtos são vendidos numa grande cadeia de venda ao público para impressionar os amigos e clientes. O Sr Brás só consegue vender para escolas públicas, prisões e quarteis (o Sr Brás tem alguns amigo bem colocados nestas instituiões públicas). Os hipermercados, que não se podem dar ao luxo de provocar intoxicações alimentares, compram tudo a uma empresa supermoderna galega que importa parte da matéria prima do Algarve.

 
Sou Austríaco

Agora é que vamos ver quem é que é de Keynes, quem é que é de Marx, quem é que é de Chicago e quem é que é da Escola Austríaca:

Mises Quiz: Are You an Austrian?


O meu resultado foi de 90

ver também o Blog da Causa Liberal

 
Eu tentei

Eu juro que tentei ajudar Ferro Rodrigues a desviar as atenções da Casa Pia para os "reais problemas do país". Mas o Terras do Nunca não me deixa. Eu ouvi dizer que Ferro ontem falou da Casa Pia outra vez. Vamos fingir que não falou, tá bem?

terça-feira, novembro 11, 2003

 
Um bocadinho de populismo na entrevista de Ferro Rodrigues

1. O eixo das ordenadas daquele gráfico do desemprego não começava no zero. Um truque comum usado por quem quer exagerar a dimensão da variação do que quer que seja.

2. Quando lhe perguntaram em que é que o país devia investir, Ferro falou na rede de pré-escolar e na conservação das estradas. É a isto que o PS chama investimento público. Supõe-se que são este tipo de investimentos que no futuro vão pagar a dívida.

3. Ferro critica ao mesmo tempo a falta de "investimento" público e o deficit real (sem contar com as receitas extraordinárias) e ainda diz que Portugal poderia ter violado o pacto de estabilidade porque a França fez o mesmo. Mas se o deficit real é assim tão elevado, de onde viria o dinheiro para o investimento? Ferro parece sugerir que o dinheiro seria gerado pelo investimento público. Mas como o investimento público que Ferro defende não têm efeitos multiplicadores a curto ou médio prazo, não é possível gerar impostos superiores à despesa pública.

4. Ferro diz que o governo não combate a fuga ao fisco, em especial por parte das grandes fortunas. Ferro devia saber que o grosso da fuga ao fisco não ocorre nas grandes fortunas, que nenhum governo resolveu até hoje o problema da fuga ao fisco e que os tempos de crise são aqueles em que esse combate é mais difícil porque o incentivo à fuga é maior.

segunda-feira, novembro 10, 2003

 
Mais da Cabala

No Correio da Manhã:

De acordo com a mesma fonte, Ferro sabe que há pelo menos três alegadas vítimas que o relacionam com a pedofilia. Disso mesmo terá sido informado quando prestou declarações, no dia 4 de Junho, no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), tendo-lhe sido dado conhecimento do teor dos depoimentos dessas testemunhas.

O CM apurou, ainda, que o nome do secretário geral do PS começou a circular junto das autoridades, pouco tempo depois de ter rebentado (Novembro do ano passado) o escândalo da pedofilia. Ferro Rodrigues já constava do processo em Janeiro, e o seu nome terá surgido ao mesmo tempo do de Paulo Pedroso, arguido do processo que esteve detido durante quatro meses no Estabelecimento Prisional da Lisboa.

O CM soube, também, que a possibilidade de Ferro Rodrigues vir a ser constituído arguido no actual megaprocesso da Casa Pia é, agora, muito remota.





 
Para onde vai Ferro Rodrigues?

No Público:

O secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, pediu ontem o apoio incondicional dos socialistas, mesmo na hipótese de o partido vir a ser confrontado com novos desenvolvimentos do processo de pedofilia na Casa Pia. O PÚBLICO sabe que, na intervenção que fechou a reunião da Comissão Nacional, realizada ontem num hotel da capital, o líder do PS justificou o apelo: "Ponham-se no meu lugar. O que aqui está em causa é a solidariedade política e quem tiver dúvidas que tenha a coragem de manifestá-las. Não foi apenas o Paulo Pedroso que foi incriminado. O meu nome também apareceu nos depoimentos [das testemunhas] e foram levantadas contra mim suspeitas criminosas. Aqueles que coordenaram estas calúnias foram os mesmos que fizeram a divulgação das escutas", afirmou.


No DN:

A conclusão de um dos participantes na reunião é a de que «o partido saiu mais colado do que estava ao processo». Há dirigentes que vão ainda mais longe, afirmando que «Ferro se está a escudar no partido para se proteger dos estilhaços de um processo judicial», numa «manobra em que associa o partido à sua defesa no caso de ser acusado». Outro elemento da Comissão Política advoga a mesma tese: «Isto é embaraçoso para o partido.» Até porque, reforça outro elemento do mesmo órgão, contraria «toda a doutrina do PS noutras situações», como o caso de Fátima Felgueiras. Ora o PS arrisca agora, pelo menos em teoria, ter um secretário-geral que é arguido e não se demite. «Seria o descrédito total», conclui a mesma fonte.



 
Adeus Grupo dos Amigos de Olivença

Os filtros de Spam do Mozilla funcionam mesmo. Os emails da Nigéria e os do Grupo dos Amigos de Olivença agora vão directamente para o lixo.

sábado, novembro 08, 2003

 
TGV I

A Alstom é a empresa francesa que constrói os TGVs. Actualmente encontra-se em dificuldades financeiras. Só o ano passado perdeu 1400 milhões de euros. O estado francês prepara-se para injectar 3200 milhões de euros na empresa.

 
Vitória do Benfica apreendida em Faro

"Além da águia das estepes que abrilhantou a festa da Luz, a 25 de Outubro, o dono do animal, de nacionalidade espanhola, tinha em seu poder outras dez aves de rapina, havendo fortes indícios de que foi respeitada a legislação em vigor sobre animais selvagens."

mais aqui (Via Quinto Império)

 
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Cuidado com a Polícia do Pensamento

O AAA da Causa Liberal poupou-me trabalho. Não adianta nada matar o mensageiro se a mensagem permanece viva e impune.

Eu não sei se o Católico e de Direita está certo ou errado em tudo o que diz. Mas tem uma análise consistente do problema e apresenta argumentos que devem ser levados a sério. Se cerca de 200 membros de uma determinada etnia participam simultaneamente em actos de vandalismo, não há volta a dar-lhe. A hipótese de que existe um problema que tem origens étnico-culturais não pode ser ignorada.

Mas, como sempre nestes casos, há aqui uma confusão entre juízos de facto e juízos de valor. É um facto que os negros são melhores velocistas que os brancos. Basta assistir à final dos 100 m. Este é o juízo de facto. O juízo de valor seria concluir daqui que os negros devem, por causa disso, ter mais direitos que os brancos. No entanto, esta é uma conclusão que não tem necessariamente de ser tirada dos factos.

Vamos supor que existe uma correlação entre criminalidade e a etnia X. Segue-se daqui que todos os membros da etnia X devem ter menos direitos? Claro que não. Algumas pessoas até concordarão que os membros da etnia X têm direito a discriminação positiva.

Sendo assim, a hipótese de que existe uma correlação entre origem étnica e criminalidade não pode nem deve ser descartada sob pena de o problema ficar mal diagnosticado. Uma hipótese sobre os factos não pode deixar de ser considerada só porque é considerada politicamente incorrecta por alguns.

sexta-feira, novembro 07, 2003

 
Ordem de quem?

José Maria Martins pode ser suspenso hoje

 
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Resposta breve ao Crítico

Do relativismo tudo se segue, incluindo a guerra.

Democracia lberal e ditadura da maioria não são a mesma coisa.

O federalismo é incompatível com o princípio "um Homem, um voto".

Liberdades negativas não são liberdades positivas.

A guerra não é um bem, mas pode ser o menor dos males.

O que interessa não é saber se uma determinada solução tem defeitos. O que interessa é saber como é que ela se compara com as alternativas.

Se a vida é um bem absoluto, como é que se evita isto sem guerra?

Uma democracia imperfeita é sempre melhor que uma ditadura.

O conceito de superioridade cultural nâo tem sentido, mas existem memes (como a democracia e o sexo antes do casamento) que são cada vez mais populares em qualquer cultura.

A cultura musical não devia ser incompatível com a Ciência Política.

quinta-feira, novembro 06, 2003

 
Falta de areia na Arábia Saudita

ver aqui

 
Santos de casa ...

Parece que a esquerda está a apostar tudo nas próximas eleições... americanas.

 
Offshore do Interior e outros paradoxos

1. Se a esquerda é contra o offshore da Madeira, porque é que é a favor de uma espécie de "offshore" do interior e das regiões desfavorecidas?

2. Será que este governo foi o primeiro a utilizar receitas extraordinárias para tapar o deficit? Não acredito que uma ideia tão simples não tenha ocorrido aos economistas criativos do Eng. Guterres.

3. Se o deficit "real" é de 6%, os Keynesianos deviam estar contentes. Mas não estão! Reclamam porque o deficit é demasiado elevado. Mas não eram eles que defendiam que um deficit tão elevado constituiria um excelente estímulo à economia?

4. O discurso de Ferro Rodrigues em relação ao estado da economia é tão pessimista! A economia precisa de confiança! Ferro está a atrasar a retoma ...

terça-feira, novembro 04, 2003

 
Sinais

Guterres 2006

João Soares avança para a liderança do PS

Presidenciais: [Mário] Soares admite apoiar Guterres contra candidatura de direita

João Soares diz que Guterres é o melhor candidato presidencial

João Cravinho afirmou ao Portugal Diário que «no actual panorama da esquerda, António Guterres é um bom candidato» para as eleições presidenciais de 2006

Parece que estes gajos andaram a falar uns com os outros e têm uma estratégia. Afinal, o que é demais, é demais.

 
José Maria Martins

José Maria Martins tem sido vítima das já habituais indignações selectivas. O incidente de recusa que interpôs causou muito mais escândalo que o incidente de recusa exactamente igual interposto pelos restantes advogados de defesa em Setembro ao juiz Rui Teixeira. É a vida.

No entanto, tem feito algumas alegações pertinentes:

1. Bibi também foi uma vítima em todo este processo;

2. A junção do processo do Bibi ao processo dos outros arguidos é do interesse do Ministério Público e das vítimas dos outros arguidos. No entanto, nem o MP nem Catalina Pestana parecem muito interessados na junção;

3. A direcção da Casa Pia está perante vários conflitos de interesses. A Casa Pia devia ser um dos arguidos do pocesso e no entanto está do lado da acusação.

4. Os advogados das vítimas estão também perante vários conflitos de interesses porque as vítimas que representam não têm todos os mesmos interesses e porque, tendo sido nomeados pela Casa Pia, não a podem colocar no banco dos réus;

5. José Miguel Júdice nomeou advogados do seu escritório para representar as vítimas.



 
Prós & Prós II

Qualquer discussão sobre qualquer assunto dentro "do círculo interior dos factos consumados e do sistema instituído" (palavras de JPP) acaba por ir parar à necessidade de informar o povo ignorante sobre as questões da alta política (tradução: doutrinar o povo de acordo com as posições do sistema instituído). Só é pena que muitos dos que defendem a necessidade de informar o povo ignorante pareçam tão desinformados.

 
Prós & Prós

Vi a parte final do Prós&Contras. Parecia o Prós&Prós. A moderadora levantou a estafada questão da influência judaico-cristã e conduziu o debate para a banalidade. Alguns participantes expressaram a sua fé na utopia europeia do Atlântico aos Urais. No fim, José Manuel Fernandes pôs o dedo em várias feridas. Mas já era tarde demais.

 
Obrigado

Parece que o Barnabé leva a UBL muito a sério. Os membros da UBL são muito mais sensatos.

 
O caso a favor da guerra (reposição e desenvolvimento)

Alguns Blogs tendem a reduzir o caso a favor da guerra do Iraque às posições do Pentagono, ou à posição americana ou à questão das armas de destruíção maciça. No entanto, a discussão sobre a guerra no Iraque foi muito mais rica e não pode ser reduzida às posições simplistas que agora são atribuídas aos defensores da intervenção.

O que se segue é a minha justificação da Guerra contra o Iraque, escrita no dia 9 de Março de 2003 publicada aqui. Publico-a outra vez para mostrar que a existência de armas de destruição maciça no Iraque foi/é para mim irrelevante para a justificação da guerra.



1 - Todo e qualquer ser humano tem o direito fundamental à vida, à liberdade e à participação política numa democracia. Saddam Hussein viola sistematicamente
todos estes direitos dos iraquianos, logo o uso da força para acabar com o regime iraquiano é legítimo.

2 - Saddam Huessein é um apoiante declarado do terrorismo em Israel;

3 - Saddam Hussein violou consecutivamente 17 resoluções das Nações Unidas, incluindo a última. Logo, o uso da força contra o Iraque é legítimo.

4 - Um sistema legal internacional que não possua meios para impor as suas decisões pela força é inútil.

5 - Os EUA e o Reino Unido defendem a única solução não utópica para a violação dos direitos humanos no Iraque e para forçar o cumprimento das resoluções da ONU.

6 - Os pacifistas defendem apenas a continuação do Status Quo o que significa a perpetuação da ditadura, da violação sistemática dos direitos humanos, da violação
de resoluções da ONU e da ameaça militar iraquiana. Nenhum pacifista defendeu até ao momento uma solução para o problema do Iraque. Aliás, para os pacifistas nem parece haver um problema.

Perante esta situação, eu apoio a única solução viável para o problema, como aliás já apoiei a invasão do Afganistão e as intervenções na Bosnia e no Kosovo.


[Nota: antes da guerra já se sabia que o Iraque tinha violado a 17ª resolução do Conselho de Segurança. O Iraque não colaborou activamente com os inspectores da ONU como era obrigado a colaborar e não declarou, como era obrigado a declarar, o destino das armas químicas e biológicas que existiam em 1991. O destino dado a estas armas nunca foi esclarecido.]

A intervenção americana no Iraque acabou com um regime despótico e puniu adequadamente as violações constantes das decisões do Conselho de Segurança. A presença dos americanos e dos britânicos no Iraque continua a ser a única solução não utópica para a transformação do Iraque num país livre e democrático. A esquerda continua sem soluções para o Iraque, com a excepção das utopias que envolvem a ONU, a França e a Alemanha. A esquerda ainda acredita na teoria dos patriotas iraquianos que defendem o seu país da ocupação anglo-saxónica. A esquerda ainda não percebeu que os alegados patriotas são terroristas (em todos os sentidos possíveis da palavra), muitos dos quais estrangeiros, que parecem mais interessados em combater a democracia, os próprios iraquianos, a ONU e a Cruz Vermelha, do que em combater os ocupantes.

Após meses de discussão parece que muitos Blogs de esquerda não perceberam de todo os argumentos dos vários Blogs da UBL. Ninguém defendeu a intervenção do Iraque seria uma solução perfeita para os problemas do mundo. Ninguém defendeu que os EUA faziam a guerra por altruísmo. Ninguém defendeu que o problema ficaria resolvido de um dia para o outro. Foi defendido, em vários Blogs, que a intervenção era a melhor das soluções possíveis e que todas as soluções possíveis eram imperfeitas. Vários Bloggers explicaram que apoiavam a intervenção americana, não porque acreditavam na bondade dos americanos, mas porque acreditavam no seu egoísmo.

 
Agenda da Blogosfera

JPH tem toda a razão quando defende que não é possível analisar a agenda da Blogosfera. Por um motivo muito simples: o comité central da Blogosfera que define a sua agenda não existe. Na Blogosfera, o poder encontra-se descentralizado e a definição da agenda é feita individualmente por cada blogger. A propagação da informação é tão baixa que são raras as discussões em que participam mais de 5 ou 6 blogs e nenhum blogger consegue seguir mais do que 1 ou 2% dos blogues portugueses.

O Blog da Causa Liberal, o País Relativo, o Blog de Esquerda, o Pipi, o Trutassada, o Chibo Velho, o Tudo Menos Política e o Assumidament não têm certamente todos uma agenda comum a que poderiamos chamar a Agenda da Blogosfera.

segunda-feira, novembro 03, 2003

 
Não sei do que estou a falar, mas tenho opinião

Portugueses mal informados mas a favor da Constituição Europeia


 
Lições do Fim-de-Semana futebolístico

Estádios, por mais sofisticados, belos ou caros que sejam, não ganham jogos.