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quarta-feira, novembro 12, 2003
Sr Brás e a esquerda: a mesma luta
Sobre a a historinha do Sr Brás eu tenho alguns comentários:
1. Aqui há uns anos, a fabriqueta do Sr Brás esteve para falir. Infelizmente, a empresa foi salva porque a esquerda exigiu medidas para salvar os empregos que beneficiaram todas as empresas absoletas como a do Sr Brás. Os gestores competentes concluiram que não valia a pena e mudaram-se para outros sectores mais competitivos: banca, telecomunicações, moldes ... Ficou o Sr Brás.
2. Um pouco mais tarde, a fabriqueta do Sr Brás esteve para falir outra vez por causa dos produtos espanhóis de melhor qualidade e dos asiáticos mais baratos. Por pressão da esquerda, que pretendia salvar empregos, o governo conseguiu prolongar o período de transição e adiou a liberalização do sector.
3. Os trabalhadores do Sr Brás não são sindicalizados. O Sindicato das Fabriquetas há muito que está desactividado. Por um lado, os activistas mais talentosos há muito que se mudaram para sectores mais apetecíveis como a função pública, a banca ou os transportes, em especial, a TAP. Por outro, os trabalhadores perceberam rapidamente que as ideias dos sindicalistas nem sempre eram favoráveis aos seus interesses.
4. As mulheres que trabalham para o Sr Brás até poderiam ter outras condições de vida noutro sítio qualquer. O problema é que o dinheiro público destinado a acções de formação derreteu misteriosamente entre sindicatos e institutos públicos de formação profissional. Um caso que acabou por prescrever.
5. É mentira que os produtos do Sr Brás sejam vendidos nas grandes superfícies. A fabriqueta do Sr Brás nem sequer foi admitida aos testes de qualidade. Mas ele continua a dizer que os seus produtos são vendidos numa grande cadeia de venda ao público para impressionar os amigos e clientes. O Sr Brás só consegue vender para escolas públicas, prisões e quarteis (o Sr Brás tem alguns amigo bem colocados nestas instituiões públicas). Os hipermercados, que não se podem dar ao luxo de provocar intoxicações alimentares, compram tudo a uma empresa supermoderna galega que importa parte da matéria prima do Algarve.
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