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quinta-feira, novembro 20, 2003
TGV e o investimento privado
Diz o Irreflexões:
Quem defendeu o irrealismo das opções do Governo em matéria de transporte ferroviário usou, muitas vezes, o argumento de que não era rentável. Pois bem, o mercado diz que é. E agora?
O Irreflexões refere-se a isto:
Com o desenho a configurar quatro ligações de alta velocidade a atingir a fronteira espanhola, há já privados interessados, que fizeram chegar as suas propostas ao Governo e à RAVE - Rede de Alta Velocidade. Uma das empresas que já manifestou interesse foi a Brisa, que apresentou uma proposta técnica para concorrer à gestão do projecto ferroviário, mas o ministro afastou, numa primeira fase, a entrada de privados na exploração do serviço, embora admita que o sector venha a entrar no financiamento do projecto, numa margem entre os 15 a 30 por cento.
Mas, claro, isto só prova que as empresas privadas adoram dinheiro público. Quem vai investir vai ser o estado. As empresas privadas, quanto muito, vão contribuir com uma parte relativamente pequena do investimento. Mas não vão correr riscos, nem estão muito dispostas a corrê-los. Os riscos cabem ao estado que pagará sempre a conta. É óbvio que todas as grandes empresas querem um naco dos contratos que se adivinham.
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