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quarta-feira, dezembro 31, 2003
Meu nome é Enéas !
O Brasil, sob a liderança de Lula, a esperança da esquerda, prepara-se para começar a enriquecer urânio, essencial para a construção de uma bomba atómica. Declarações dúbias de alguns dirigentes do governo brasileiro sugerem um certo ... unilateralismo.
Enéas já ganhou.
Artigo do dia
Responde, e bem, a este artigo de Miguel Sousa Tavares. A não perder:
Os Benefícios do Conservadorismo
Onde se pode ler a melhor justificação conservadora da guerra do Iraque. A guerra era a única forma de os americanos conservarem o controlo sobre o seu próprio destino:
Um conservador nos Estados Unidos defende a guerra no Iraque porque de outro modo os americanos estariam a confiar na sorte e não, como diria Maquiavel, nas "suas próprias armas". O argumento nunca foi o de que a guerra era a escolha certa, pois todos sabiam que era impossível saber isso com antecedência. Ainda hoje nos parece impossível saber conclusivamente qual teria sido a melhor opção, ou o que deve ser feito nos meses que se seguem. O argumento era antes o de que competia aos americanos decidir. E isso parece difícil de negar. Quem discordou da guerra diz que a decisão deveria ter sido outra. Seria sempre uma decisão.
Outra passagem muito boa:
Um conservador diria isto: conservar significa literalmente "continuar a ter". Um conservador em Portugal veria com bons olhos a liberalização da tourada. Não porque seja uma tradição, e as tradições mereçam ser preservadas, mas para que a morte dos animais de que nos alimentamos não nos seja ocultada e tudo se passe em segredo como se nada realmente se passasse.
E mais outra:
Qualquer decisão envolve risco, mas não decidir envolve a totalidade do risco e nenhuma responsabilidade. Não estaremos longe da verdade, se dissermos que um conservador desconfia de todos os problemas resolvidos, que nas mais das vezes não lhe parecem resolvidos, mas simplesmente ignorados ou abandonados. Por isso nos parece a ideia de interesse uma ideia muito conservadora.
E outra ainda:
Curiosa a ideia de que leis antigas devem ser menos democráticas, corrompidas por interesses privados, do que leis acabadas de fazer. Na verdade, faz muito pouco sentido, pois quanto mais antiga for uma solução para um problema, menos dependente tenderá a ser das circunstâncias em que foi defendida. Desconfio que nenhuma lei pode ser adoptada sem a influência de interesses privados; mas esta influência será menor, se a lei permanecer e os interesses mudarem, como sempre mudam.
Xenofobia e os centros de decisão nacional
Será que este artigo é xenófobo?
O Statler acha que sim.
Eu também.
Na melhor das hipóteses, é mais um apelo ao conluio entre o estado português e as empresas portuguesas incompetentes.
É mesmo estranho que os envolvidos sejam quase todos homens
QED
É mesmo estranho que os envolvidos sejam todos do PS
Por exemplo, Carlos Silvino, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Hugo Marçal, Manuel Abrantes, Gertrudes Monteiro e Francisco Alves, Chalana, Carlos Manuel, Carlos Cruz e Herman José são conhecidos dirigentes socialistas.
É mesmo estranho que os envolvidos sejam todos figuras públicas
Há dois anos atrás toda a gente conhecia Carlos Silvino, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Hugo Marçal, Manuel Abrantes, Gertrudes Monteiro e Francisco Alves .
João Soares, o blogger ignorado
Injustamente ignorado.
aqui
terça-feira, dezembro 30, 2003
O nosso autarca modelo
Ligações de Isaltino à Construção Civil Sob Investigação
O homem que inventou o rendimento mínimo
Do Correio da Manhã:
De Paulo Pedroso o MP salienta que, "apesar dos cargos públicos que passou a ocupar [no Governo, liderado por António Guterres] – com particulares responsabilidades na área da protecção e solidariedade social - continuou a ser um dos adultos a quem o arguido Carlos Silvino, a troco de dinheiro, levava menores a fim de os sujeitar à prática de actos sexuais ( )".
O MP não teve dúvidas em frisar que Pedroso, Cruz, Abrantes, 'Bibi', Diniz, Marçal e Ritto estavam "cientes de que" os seus comportamentos – "para além de constituirem crimes – eram alvo de fortíssima reprovação social, e de que a descoberta de tais práticas arruinaria as respectivas carreiras profissionais e poria fim à credibilidade social de que gozavam", pelo que decidiram "unir esforços para poderem, em total reserva, continuar a sujeitar menores de 16 anos a actos sexuais".
"Organizaram-se, então, numa estrutura informal que lhes permitiria obter, sempre que quisessem, mas com toda a segurança, crianças e jovens menores de 16 anos para as suas práticas sexuais", sublinha o MP. Práticas que foram muitas vezes cometidas na casa de Elvas, de acordo com nove das vítimas, que são comuns a todos os arguidos.
segunda-feira, dezembro 29, 2003
Posts liberais em blogs não liberais
O Linhas de Esquerda escreve:
Porque é que a recessão económica internacional só serve para justificar o desastre económico, mais que visível, deste governo e nunca para justificar o abrandamento económico no fim do mandato de Guterres?
De facto, o JAK tem uma certa razão. A economia vive para além da política. Os políticos, quando não fazem asneira, limitam-se a explorar os altos e baixos da economia para disso tirarem vantagens. Os políticos espertos exploram o ciclo económico e dão gás à economia em tempo eleitoral. No caso de Guterres, o efeito da asneira sobrepôs-se (adicionou-se) à crise internacional.
O Adufe cita John Kenneth Galbraith:
"The only function of economic forecasting is to make astrology look respectable."
E cita muito bem porque só um tolo é que acredita que um sistema complexo como a economia pode ser antecipado. Mas se não pode ser antecipado, então as interferências do estado na economia são irresponsáveis porque as consequências das políticas são imprevisíveis.
Frase mais inteligente do ano
"Reports that say that something hasn't happened are always interesting to me, because as we know, there are known knowns; there are things we know we know. We also know there are known unknowns; that is to say we know there are some things we do not know. But there are also unknown unknowns — the ones we don't know we don't know." —Donald Rumsfeld
Não estou a ser irónico.
Sismos e populismo
De cada vez que ocorre um grande sismo, há sempre alguém que se lembra que Portugal também pode ser atingido por um.
A questão torna-se rapidamente política: o que é que as autoridades andam a fazer para nos protegerem dos sismos?
Os grandes sismos são uma grande oportunidade para os populistas.
Um sismo é uma coisa horrível. O estado tem que fazer alguma coisa para nos salvar dos sismos.
Claro que os sismos em Portugal são raros. Não tão raros como os meteoritos tipo Chicxulub, mas mais raros que as vagas de calor, as cheias, os grandes acidentes ferroviários e as quedas dos aviões.
Mas isso não interessa nada. O populista apela aos sentimentos mais básicos e mais irracionais. Neste caso ao medo. Os grandes sismos metem medo, mesmo que só ocorram uma vez a cada 500 anos. E quem tem medo não percebe nada de estatística.
Mas é só fazer as contas : morrem mais de 1500 pessoa por ano nas estradas portuguesas. A este ritmo, em 500 anos morreriam mais de 750 mil. No terramoto mais mortífero do século XX morreram 240 mil pessoas (em Tangshan, na China). A probabilidade de alguém morrer nas estradas portuguesas ainda é maior que a probabilidade de alguém morrer devido a um sismo em Portugal.
Para quem não tem responsabilidades governativas, os grandes sismos são uma forma barata de fazer política. Explorar o medo é fácil.
Difícil é resolver o problema dos grandes sismos. Se o que se pretende é mesmo impedir uma catástrofe, então é necessário deitar abaixo e reconstruir de novo centenas de milhar de casas. É a construção anti-sísmica, estúpido!
Tudo pago com dinheiro público, evidentemente. Curiosamente, os sismos não são uma preocupação privada. Só são uma preocupação pública. Quando o cidadão comum compra uma casa, não se preocupa com os sismos nem se dá ao trabalho de escolher casas à prova de sismos. No entanto, o mesmo cidadão será o primeiro a exigir ao estado medidas anti-sísmicas. Medos privados, despesas públicas.
Só nos livramos do populismo através de uma análise racional de risco. Uma em que o medo não influencie a decisão. E essa deverá responder em primeiro lugar às questões seguintes:
- quais são as probabilidades de um grande sismo?
- quais os danos mais prováveis?
- existem outros perigos mais importantes?
- qual é a melhor estratégia para lidar com o problema?
- a construção anti-sísmica é uma solução? Quanto custa?
- O estado deve dar prioridade à prevenção de perigos raros de grande dimensão?
- O estado deve alocar recursos finitos à prevenção de perigos raros de grande dimensão ou a perigos mais frequentes de menor dimensão?
sábado, dezembro 27, 2003
Metropolis
terça-feira, dezembro 23, 2003
Frase do Ano
"Democracy. Whiskey. And sexy!"
A retórica é de borla. A produção de medicamentos não é
Profits without honor:
If "obscene profits" are what cause pharmaceutical drugs to cost so much, why haven't socialist countries set up their own government-owned pharmaceutical enterprises to produce drugs more cheaply? Why don't non-profit organizations here do that?
It is because rhetoric is cheap but creating drugs is not.
Corporate Welfare
Estado italiano quer ajudar a Parmalat
Só na América
Buraco nas contas da Parmalat: 7 mil milhões de euros
Qual é o impacto do salário mínimo no desemprego?
Do Público:
O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda defendem que o aumento do salário mínimo nacional de apenas 2,5 por cento em 2004, para 365,60 euros, irá agravar ainda mais os níveis de pobreza de uma parte importante da população portuguesa.
[...]
O ministro da Segurança Social e do Trabalho Bagão Félix justificou o magro aumento do salário mínimo nacional com a necessidade de "estabilidade, sem agravar as condições de desemprego".
Pessoas que poderiam ganhar uma Pipa de Massa na bolsa II
Todos aqueles que acreditam que o dólar está a ser vendido abaixo (ou acima) do seu valor real.
Pessoas que poderiam ganhar uma Pipa de Massa na bolsa
Todos aqueles que acreditam que o estado vendeu as dívidas fiscais abaixo do seu valor real.
Observatório da Blogosfera
1. A tragédia, o horror: os frescos deixaram de funcionar correctamente. E agora?
2. Bem visto, Charlotte:
Contradição do dia: se o Jorge Ritto está em prisão preventiva e inocente até prova em contrário porque é que o argumento do juiz Rui Teixeira para a continuação da prisão preventiva é o de receio de continuação de práticas criminosas?
3. O Valete está em forma.
4. A nova lei da expropriação dos centros urbanos foi bem criticada no Picuinhas:
Oficializar o roubo? Salazar fixou as rendas urbanas de Lisboa e Porto. Após o 25 de Abril essa medida "social" foi estendida a todo o país. O resultado está à vista. O mercado de arrendamento praticamente desapareceu, os senhorios praticamente faliram, os prédios degradaram-se, os portugueses jovens são hoje quase todos candidatos a proprietários, a mobilidade dos cidadãos reduziu-se, pois se são proprietários não querem pagar os impostos associados a todas as trocas de habitação (mais valias e sisa) e se são inquilinos não querem perder a sua renda artificialmente baixa. As cidades foram envelhecendo com os seus habitantes. Os senhorios tornaram-se nos financiadores da política de rendas baixas do estado, que não gasta um tostão com a sua generosidade.
e no Mata Mouros:
Este Decreto é manifestamente injusto pelo seguinte:
1. As rendas nos centros históricos urbanos são de valor residual, fruto de medidas pretensamente proteccionistas do tempo de Oliveira Salazar que casaram facilmente com os idos do PREC e a lógica socialista ulterior.
2. Na maioria dos casos o valor das rendas não possibilita aos senhorios pintar uma pequena parede, quanto mais fazer obras de manutenção.
3. Esta solução é a pior possível. É estatista. É coerciva. Os agentes do acto administrativo ablativo do direito de propriedade são "sociedades" públicas folcloricamente travestidas de privadas. Esta medida ignora a verdadeira causa da questão.
4. O Cataláxia voltou a escrever
5. O Terras do Nunca tem uma posição coerente contra a guerra. Como estamos no Natal, não vou implicar com algumas pequenas arestas por limar:
Fui, desde a primeira hora, contra a intervenção no Iraque, mais devido ao que entendo deverem ser as relações internacionais, do que por causa do que estava em jogo. As armas de destruição maciça e eventuais conexões terroristas são, assim, aspectos secundários. Acho é que uma intervenção militar externa não constitui um modo aceitável de derrubar uma ditadura, ou, se quisermos, de democratizar seja o que for. Entendo que a democracia genuína pressupõe uma pré-etapa de autodeterminação - são os povos que decidem viver em democracia. Foi assim em Portugal, como foi assim na Europa de Leste, por exemplo.
6. O Pedro Mexia faz um longo resumo sobre a sua posição pró-guerra.
7. O Jaquinzinos também analisa a questão das estatísticas de pobreza:
Ooops... espera aí! Como? Então... a Irlanda tem um PIBpc que é 125% do PIBpc da UE. Ora, 60% de 125%... dá 75%... Mais do que a média portuguesa. Mais de metade da população portuguesa é pobre segundo o padrão irlandês! Mas então... onde é que há mais pobres, em Portugal, ou na Irlanda? E se aplicássemos o critério, por exemplo... a Cuba? Segundo este critério, não há pobres em Cuba. São quase todos igualmente miseráveis, mas ninguém está abaixo de 60% da média nacional. Em Cuba, pobre só se tiver um rendimento inferior a 100? por mês.
8. O Contra-Corrente também analisa o problema do outing:
Por outro lado, não penso que um ministro, por ser homossexual, tenha de lutar pelos direitos dos homossexuais, assim como ninguém espera que um ministro filiado na Igreja Universal do Reino de Deus se preste à constituição de uma task force que vise a difusão do ideário da IURD.
Para terminar, penso que os direitos dos homossexuais são os mesmos dos heterossexuais, bissexuais, abstémios, etc. Sinceramente, penso que do lado dos homossexuais subsiste, por vezes, um excesso de auto-vitimização e um déficit de bom senso na forma como exigem protecção e um estatuto de excepção. Estou com Hayek quando ele afirma que as leis gerais - fortes, claras e abrangentes - são preferíveis a preceitos particulares e supostamente cirúrgicos.
9. Claro que a homossexualidade real nada tem a ver a homossexualidade militante. Ou antes, quando as duas se misturam, as contradições são óbvias. Não acreditam? Leiam as mentes assumidas. Uma pequena parto do que por lá se diz:
Digo no post que deu origem ao seu comentário que não creio no dogma da infalibilidade do Papa, pelo que me permito discordar de muitas das suas posições - divórcio, adopção, eutanásia e, evidentemente, homossexualidade. Ou seja, Anabela, lá porque sou católica e não tenho receio de o afirmar (ainda que já soubesse que nenhum dos meu "vizinhos" o é), isso não significa que aceite tudo o que a minha Igreja impõe.
10. Vários Blogs citaram e escreveram sobre coisas que foram escritas neste Blog. Obrigado! Correndo o risco de não citar todos, aqui fica uma lista: Mata Mouros, Valete Frates, Contra Corrente, No Arame, País Relativo, 4a Ferida Narcísica, Manifesto Pessimista, Ortografias desafinadas, Linhas de Esquerda, Causa Liberal, Abrupto e Caso Arrumado.
sábado, dezembro 20, 2003
Revisionismos
«Felizmente no PCP não precisamos de fazer prova de repúdio em relação à ditadura sanguinária de Saddam porque não descobrimos que ele era um ditador apenas quando os EUA decidiram que deixou de ser um aliado» (Bernardino Soares)
Pobreza é um conceito muito relativo
Um estudo da Comissão Europeia revela que 20% dos portugueses são pobres.
Estranhamente, a percentagem de pobres na Irlanda é de 21%.
O PIB per capita da Irlanda é de 118% do da União Europeia.
O PIB per capita de Portugal é de 71% do da União Europeia.
Como pode a percentagem de pobres na Irlanda ser superior à percentagem de pobres em Portugal?
Simples: a Comissão Europeia considera que pobres são aqueles que pertencem a agregados familiares onde o rendimento é inferior a 60 por cento da média nacional de cada país.
Em Portugal, são pobres todos aqueles que pertencem a agregados familiares onde o rendimento é inferior a 42% da média europeia.
Na Irlanda, são pobres todos aqueles que pertencem a agregados familiares onde o rendimento é inferior a 71% da média europeia.
Se o critério aplicado à Irlanda fosse aplicado a Portugal, nós teriamos 50% de pobres e não 20%.
Outing no Bloguítica II
O Bloguítica dá-se mal com as críticas. Quando isso acontece chama "polícia do pensamento" a quem o critica, mas esquece-se do linkzinho.
O problema não se resolve assim.
Para começar, eu nem sequer fiz uma única crítica. Limitei-me a constatar um facto: o Bloguítica fez o "outing" do Paulo Portas.
O "outing" do Paulo Portas já foi tentado antes por Carlos Candal. O humor nacional saiu a ganhar, mas os resultados políticos não foram famosos.
Mas o Bloguítica está mesmo a sério e considera tudo isto relevante e insiste em argumentos pofundos. Mas o problema é que o "outing" é um terreno pantanoso por dois motivos essenciais:
- é demasiadas vezes baseado em informações não confirmadas ou mesmo em boatos;
- baseia-se numa concepção militante da homosexalidade. Nenhum ministro homosexual tem obrigação de defender os chamados "direitos dos homosexuais (TM)", da mesma forma que nenhum ministro benfiquista tem obrigação de defender os direitos do Benfica.
sexta-feira, dezembro 19, 2003
Imigração e a regra da maioria
Às minhas perguntas:
Se é mesmo verdade que 75% dos portugueses não querem mais imigrantes então, se, como leio nos Blogs, a democracia é o governo da maioria, e se a democracia é desejável, então devemos fazer a vontade a esses 75% de portugueses. A não ser que a democracia como governo da maioria não seja desejável. Por outro lado, porque haveria de ser desejável o governo dos restantes 25%?
O CAA do Mata-Mouros respondeu entre outras coisas, o seguinte:
d) Defender os direitos de uma minoria não é o mesmo que rejeitar o governo da maioria. Ambas as situações ? governo da maioria e respeito pelos direitos da minoria - são perfeitamente compatíveis na teoria e na prática sem qualquer necessidade de se recorrer a dogmas multiculturalistas datados e desajustados;
e) Assumir que a minoria tem direitos que não podem ser destruídos ou afectados gravemente pela maioria não significa que se está perante o governo da minoria sobre a maioria. Este sub-género de raciocínio simplista eivado de silogismos maniqueístas dificilmente dará origem a conclusões aproximadas à realidade;
O que me leva a fazer mais perguntas. Dado que existem 3 grupos, minoria (25%), maioria (75%) e imigrantes:
1. a minoria tem direito à imigração dos imigrantes?
2. os imigrantes têm direito a imigrar?
3. a maioria não tem direitos? Em particular, a maioria não devia ter direito a gerir a propriedade comum?
Jogar para o empate e perder
Objectivos principais da banca americana: aumentar os lucros, acumular capital, engolir a concorrência.
Objectivos principais da banca suiça: aumentar os lucros, acumular capital, engolir a concorrência.
Objectivos principais da banca espanhola: aumentar os lucros, acumular capital, engolir a concorrência.
Objectivos principais da banca portuguesa: manter os centros de decisão em território nacional, não ser engolido pelos espanhóis. Quem joga assim já perdeu.
Outing no Bloguítica
O que é o "outing".
Exemplo de outing: Outing de Paulo Portas
Tentativa de justificação do "outing": Paulo Portas "é contrário à defesa dos direitos dos homossexuais".
Corrida espacial privada II
Soube-se hoje que Paul Allen, fundador da Microsoft, é o financiador da Scaled Composites , a empresa que está a desenvolver o SpaceShipOne, um dos favoritos na corrida ao X-Prize .
O X-prize é um prémio de 10 milhões de dólares que será atribuído à primeira empresa privada que construa veículo espacial reutilizável com capacidade para transportar 3 pessoas a 100 km de altitude.
As imagens abaixo são do SpaceShipOne.
quinta-feira, dezembro 18, 2003
Corrida espacial privada
Private plane breaks sound speed
Corporate Welfare e Nicolau Santos
Nicolau Santos (do Expresso e da SIC notícias) anda preocupado com a invasão espanhola. O De Direita diz que ele não tem razão.
Mas para alem de não ter razão, não tem vergonha. O que ele escreveu no Expresso de Sábado foi um apelo à corrupção.
Nicolau Santos defendeu que o governo português deve usar pequenos truques com o objectivo de favorecer deliberadamente as empresas portuguesas nos concursos públicos nacionais. O que implica projectos mais caros pagos com dinheiro público para beneficiar determinados agentes económicos portugueses.
Há uma diferença entre "interesse público" e "interesse do empresário que não sabe competir".
quarta-feira, dezembro 17, 2003
Trabalho de casa do bom aluno europeu
Compatibilizar a política de pescas europeia com o princípio da subsidiariedade.
Relacionar a preservação de recursos naturais com o regime de propriedade.
Responder às perguntas:
- se as pescas não podem ser geridas localmente, o que é que pode?
- se as pescas não devem ser geridas localmente, o que é que deve?
Três palavras: política agrícola comum
"Todos os que querem limitar as capacidades de despesas da União, devem igualmente assumir a responsabilidade de fazer conhecer aos seus cidadãos os sectores específicos que têm a intenção de retirar à União" (Romano Prodi)
terça-feira, dezembro 16, 2003
Bush já tinha dito isto
A comissária europeia da Energia, Loyola de Palacio, disse ontem que será um "suicídio" para a UE avançar com o cumprimento do Protocolo de Quioto, quando ainda persistem dúvidas sobre se o acordo entrará ou não em vigor. O ministro italiano da Produção também disse que ir adiante nestas circunstâncias prejudicará a competitividade das empresas europeias. (aqui)
Afinal, o Protocolo de Quioto prejudica a competitividade o que é o mesmo que dizer que prejudica o crescimento. O estúpido do presidente Bush já tinha dito isto há quase 3 anos.
E Bush também já tinha dito algo como isto:
"Há domínios onde estou segura que devemos continuar, como a investigação sobre eficiência energética e o desenvolvimento das energias renováveis"
Imigração e Xenofobia
O Janela para o rio iniciou uma discussão sobre Xenofobia. Os meus comentários:
1. Se é mesmo verdade que 75% dos portugueses não querem mais imigrantes então, se, como leio nos Blogs, a democracia é o governo da maioria, e se a democracia é desejável, então devemos fazer a vontade a esses 75% de portugueses. A não ser que a democracia como governo da maioria não seja desejável. Por outro lado, porque haveria de ser desejável o governo dos restantes 25%?
2. Se os imigrantes fazem os trabalhos que os portugueses não desejam, são bem vindos. E se fizessem os trabalhos que toda a gente quer fazer? Não seriam bem vindos? Como é que vai a integração dos imigrantes na função pública?
3. Se o comércio externo é desejável, porque é que não é desejável o comércio interno entre os nativos e os imigrantes?
É que se o comércio interno entre os nativos e os imigrantes for desejável, quantos mais imigrantes melhor porque maior é a divisão do trabalho.
4. Se, por outro lado, o proteccionismo é desejável, porque é que é desejável o comércio interno entre os nativos e os imigrantes?
5. Dado que os bens comuns existentes (escolas, hospitais, ruas, parques, vias de comunicação) foram produzidos pelos nativos, porque é que os imigrantes haveriam de beneficiar deles, se para eles não contribuiram?
6. E se a xenofobia for uma característica humana tão natural como o sexo? Que função desempenhava a xenofobia nas comunidades primitivas? Que função poderá desempenhar agora?
7. Existe alguma correlação entre:
- Xenofobia e proteccionismo;
- Xenofobia e a defesa da permanência dos centros de decisão em território nacional;
- Xenofobia e anti-americanismo;
- Xenofobia e anti-globalização;
- Xenofobia e anti-capitalismo;
- Xenofobia e nacionalismo;
- Xenofobia e o anti-espanholismo;
8. Como é que o comércio pode fortalecer a colaboração entre dois povos xenófobos (cada um em relação ao outro)?
9. Dado que todos fazemos escolhas todos os dias, são mais aqueles que mudam os filhos para as escolas degradadas onde estão os filhos dos imigrantes, ou mais aqueles que mudam os filhos para escolas privadas ou públicas de qualidade? São estas escolhas xenófobas? Devem ser proíbidas?
Ali, o Químico, também tem direito a um julgamento justo
Pronto, já disse. Com sorte, fui o primeiro. Porque é que nunca ninguém se lembra dos direitos de Ali, o Químico?
Wishful thinking
Vital Moreira diz:
Excluída a hipótese de reservar a Saddam Hussein o mesmo destino dado aos alegados membros taliban enterrados em Guatanamo em regime de morte civil, a alternativa só pode ser o seu julgamento pelos crimes cometidos pela ditadura (incluindo os que contaram a seu tempo com o apoio ou a conivência norte-americana) por um tribunal credível. Ora nesse caso não se encontra o tribunal penal especial congeminado recentemente pelos norte-americanos em Bagdad, que não oferece as mínimas garantias de imparcialidade e de independência.
Bolds meus. Quem não gostaria de ver o julgamento de Saddam transformado no julgamento dos EUA? Vital Moreira não é o primeiro a falar disso. Claro que se o objectivo é mesmo julgar os EUA, um julgamento promovido congeminado pelos americanos não é nada imparcial.
Prisão ilegal, julgamento injusto
Em Março, o partido anti-guerra considerava Saddam Hussein um interlocutor válido e um representante legítimo do povo iraquiano. Agora, esse mesmo partido, pede um julgamento justo e defende a não aplicação da pena de morte.
Mas sendo assim, Saddam é acusado de quê? E porque haveria um tribunal de o condenar à pena capital?
Certamente Saddam deve ter cometido algum crime antes de Março.
Um crime tão horrível que se coloca a hipótese da pena capital.
O que quer dizer que ele já era criminoso em Março.
Sendo ele criminoso em Março, deveria ter sido capturado em Março. Mas em Março, ele era o governante legítimo do Iraque.
Mas em Março, o partido anti-guerra não tinha nenhum plano viável para capturar Saddam.
Ainda hoje, o partido anti-guerra defende que a invasão do Iraque é ilegal.
Mas como tudo o que resulta de um acto ilegal, deve ser ilegal ... a prisão de Saddam é ilegal.
Mais: dado que a invasão é ilegal, Saddam continua a ser o presidente legítimo do Iraque.
O partido anti-guerra não devia pedir um julgamento justo. Devia pedir a reposição da situação anterior à guerra.
Infelizmente, o partido anti-guerra não se actualizou totalmente. A defesa de que a guerra foi ilegal e a defesa de um julgamento para Saddam são duas posições incompatíveis.
segunda-feira, dezembro 15, 2003
Nem nossas, nem queridas, nem florestas
O Adufe quer nacionalizar a "nossa tão querida floresta".
Só que não é "nossa", é, como o Adufe reconhece, dos respectivos proprietários.
Não é floresta, é uma plantação de eucaliptos e pinheiros bravos completamente estranha por estas terras.
Não é "querida" porque representa um desastre ecológico causado pelo estado. Foi o estado que, ao longo dos últimos 70 anos, incentivou a sua plantação, que converteu pastagens em pinhais e pastores em madeireiros e que fomentou as celuloses.
É o estado que é responsável pela desactualização dos registos de propriedade, pelo que determinadas plantações não pertencem a ninguém.
É o estado que ainda hoje continua a fomentar uma actividade insustentável pagando a segurança, os riscos e as replantações.
E é o estado que continua a não fazer uma das suas tarefas fundamentais: proteger terceiros contra o verdadeiro perigo público que são as plantações deles.
A reboque
Bush não é um intelectual. Bush é na verdade estúpido!
Os Barnabés e os Bloguistas de Esquerda são intelectuais. Estão há um dia a racionalizar os factos produzidos por um homem estúpido.
Agora perguntam: então e o Bin Laden? Então e as Armas de Destruíção Maciça?
Como já antes tinham perguntado: então e Saddam?
E como já antes tinham previsto a derrota americana, a nova Estalinegrado, uma guerra civil no Iraque, o novo Vietname.
De cada vez que uma previsão (ou será um desejo?) não se confirma é preciso actualizar a litania.
Moral desta história: intelectuais inteligentes tendem a andar a reboque dos factos criados por estúpidos homens de acção.
domingo, dezembro 14, 2003
Apanhamos o gajo!
1. Saddam foi capturado com barbas postiças. Saddam é o Pai Natal de Bush.
2. Tal como Carlos Silvino, Paulo Pedroso, Carlos Cruz, Manuela Moura Guedes, Rui Teixeira ou o Farfalha, Saddam também está inocente até prova em contrário.
3. Até que se demonstre, sem margm para dúvidas, que era Saddam, e não um dos seus sósias, que dirigia o governo iraquiano, Saddam está inocente.
4. Até que se demonstre que Saddam tem alguma coisa a ver com assassínios políticos, valas comuns, a invasão do Irão e a do Koweit, terrorismo internacional ou Halabja, Saddam está inocente.
5. O desfecho do julgamento de Saddam é portanto uma incógnita e existe mesmo a possibilidade de ser ilibado de tudo isto, de concorrer à presidência e de ganhar as eleições. Mesmo contra Santana Lopes. Teria muitos apoiantes no ocidente.
6. A gloriosa resistência iraquiana (TM) sofreu um rude golpe, mas um homem não faz um exército e estou certo que, sendo essa resistência a expressão dos profundos sentimentos do povo iraquiano, em breve as actividades voltarão ao normal: 1 dia, 2 americanos. Teme-se (ou deseja-se) mesmo uma espectacular operação para libertar Saddam.
7. Em breve teremos notícias de manifestações de pesar ou de protestos pela prisão de Saddam. De preferência no Iraque, mas se tal não for possível, alguém as fará em Londres.
8. Ficou finalmente demonstrado que tudo o que existe pode ser encontrado. Logo, se as armas de destruíção maciça não foram encontradas, então é porque não existem. A ausência de prova é prova da ausência. Corolário: Bin Laden não existe.
9. As coisas no Iraque continuarão mais ou menos na mesma durante mais algum tempo. Até ao dia em que os dólares acabem. Até ao dia em que o antigo regime morrer de esgotamento. Será um dia triste para a alterglobalização.
10. Teremos sempre Fidel Castro.
sábado, dezembro 13, 2003
Se o caso fosse em Lisboa este título era impossível
Quando Os Filhos dos Pobres Dormem na Cama do Poder
Mais um sinal do nosso atraso ?
JPP informa-nos que os 3 blogs portugueses mais linkados estão no Top 100 do Technorati. O Abrupto em 69, o Gato Fedorento em 75 e O Meu Pipi em 100. JPP considera este facto muito significativo dadas as "limitações do espaço da Internet em língua portuguesa".
A dimensão da Blogosfera portuguesa pode justificar a presença de 3 Blogs portugueses no Top 100 do Technorati. Mas se partirmos do princípio que estamos perante uma anomalidade estatística, então temos que concluir que este é "mais um sintoma do nosso atraso" (TM). É que, se estamos perante uma anormalidade estatística, isto significa que a blogosfera portuguesa é excessivamente piramidal.
Agora, como se poderia explicar uma blogosfera excessivemente piramidal? Por termos um país excessivamente piramidal com centros de decisão concentrados em Lisboa e numa pequena comunidade fechada. Dos 10 Blogs portugueses mais linkados, 9 são feitos por pessoas com acesso fácil aos media e mesmo ao poder político (estou a excluir os Marretas e estou a incluir o Pipi).
quinta-feira, dezembro 11, 2003
Já acabou. Vamos lá recolher os foguetes
Passagem da Lusíada a fundação teve aval do Governo PS
Reforma do dia
Acabar com a GNR. Integrar os seus membros na PSP ou nas Forças Armadas.
O paradoxo do contribuinte
Ao Crítico:
se o objectivo é que todos frequentem a ópera,
se a ópera custa 100 contos por espectador,
se todos têm direito a pagar 2 contos por cada ida à ópera,
se todos forem à ópera como se deseja,
quem paga os restantes 98 contos?
Hayek e os sistemas complexos
Ver discussão no Picuinhices e no Blog de Esquerda.
Mais sobre este assunto em breve neste Blog.
O Liberdade de Expressão recomenda V
Posts sobre as guerras do véu no abrupto
quarta-feira, dezembro 10, 2003
Quem paga a reconstrução do Iraque
Do Público:
O financiamento da reconstrução está garantido por um orçamento de 18,6 mil milhões de dólares aprovado no mês passado pelo Congresso norte-americano.
A União Europeia desbloqueou 1,3 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) para a reconstrução das infra-estruturas iraquianas, mas a França e a Alemanha recusaram-se a contribuir.
Tem espírito pequenino, mas não é totalmente estúpido
Leio no Bloguítica que Bush tem um espírito pequenino porque exclui as empresas alemãs francesas e russas dos contratos de reconstrução do Iraque. Pode ser. Mas também se pode dizer que Bush não é totalmente estúpido. Prefere usar o dinheiro dos impostos dos americanos pagar a empresas americanas em vez de pagar a empresas de países que já nem sequer são aliados de confiança. O que o Bloguítica diria de Durão Barroso se este pagasse ás empresas espanholas para reconstruir o Iraque?
O Liberdade de Expressão recomenda ... (IV)
O Guerra e Pas
( Problemas genéricos da nossa imprensa - As colunas)
Pode a guerra estimular a economia?
Pode a guerra estimular a economia?:
A verdade é que existe, de facto, uma dependência das economias dos conflitos militares, estes têm um efeito revigorante. Assim o foi após a guerra do Golfo de 1991, levando a economia mundial a um ciclo de prosperidade sem precedentes de cerca de uma década.
Pode o consumo estimular a economia?:
De acordo com o instituto a melhoria do PIB no terceiro trimestre de 2003 face ao mesmo período do ano anterior, teve a ver, fundamentalmente, com o desempenho da procura interna, que recuou apenas dois por cento face ao terceiro trimestre de 2002, contra . Entre Abril e Junho, a quebra da procura interna tinha sido quase o dobro (-3,7 por cento). Decomposto, este indicador mostra que o consumo privado das famílias residentes caiu, em termos homólogos, 0,6 por cento (metade do que tinha sido apurado no trimestre anterior) com as despesas de consumo duradouro a serem as principais responsáveis por este comportamento.
As janelas partidas são boas para a economia?:
Have you ever been witness to the fury of that solid citizen, James Goodfellow[1], when his incorrigible son has happened to break a pane of glass? If you have been present at this spectacle, certainly you must also have observed that the onlookers, even if there are as many as thirty of them, seem with one accord to offer the unfortunate owner the selfsame consolation: "It's an ill wind that blows nobody some good. Such accidents keep industry going. Everybody has to make a living. What would become of the glaziers if no one ever broke a window?"
A resposta a todas estas perguntas é não.
Não porque, um dos factores que nos permite hoje produzir mais riqueza que a que era produzida há 10 anos é o capital que entretanto foi acumulado. O capital permite-nos produzir riqueza de uma forma mais eficiente. E só é possível acumular capital se a riqueza produzida for superior à riqueza consumida. O que faz uma economia crescer é a poupança e não o consumo.
Os estímulos ao consumo produzem, quanto muito, um efeito de curto prazo. Mas minam o crescimento a longo prazo porque são feitos à custa da poupança.
Ayn Rand
Políticas de Inovação
Inovação.
Os portugueses têm que inovar para que o país se desenvolva.
Mas pode a inovação ser planificada?
Existe alguma diferença fundamental entre desenvolvimento e inovação?
Falamos de inovação ou de imitação?
Um novo (velho) Blog perto de si
Resolvi recuperar o Nónio, o meu blog científico.
terça-feira, dezembro 09, 2003
O Liberdade de Expressão recomenda ... (III)
PrestoPundit, um Blog Hayekiano.
O Liberdade de Expressão recomenda ... (II)
The Edge , porque a cultura científica também é cultura.
O Liberdade de Expressão recomenda ...
a Semiramis
segunda-feira, dezembro 08, 2003
Lá, como cá
Ao Terras do Nunca:
Uma exposição sobre Hitler que não mostra os efeito de Hitler é como:
- uma exposição sobre os descobrimentos portugueses que não mostre o tráfico de escravos, os marinheiros explorados, os povos chacinados, as cidades saqueadas, a corrupção, o racismo e as misérias do colonialismo;
- uma exposição sobre o Império Espanhol que não fale em genocídio;
- uma exposição no Louvre sobre o Egipto que não fale em saque cultural;
- uma exposição no Museu Britânico sobre cultura grega que não fale em saque das riquezas culturais gregas;
- uma exposição de cultura japonesa que não fale de genocídio, guerra química e biológica, tortura de prisioneiros, nacionalismo, fanatismo e marchas da morte;
- uma exposição sobre a grande muralha da China ou sobre a grande pirâmide que não fale em trabalho escravo;
- uma exposição sobre a heróica resistência francesa aos nazis que não fale nos colaboracionistas.
Podia acontecer na Europa? Podia acontecer em qualquer lado ... O sectarismo é universal ...
sábado, dezembro 06, 2003
Este Blogger gostaria de calar Ferro Rodrigues
Ferro Rodrigues, por sua vez, gostaria de calar Santana Lopes ...
Porque Santana Lopes quis calar o presidente.
Alguém poderá escrever um post a dizer que eu fazia melhor se estivesse calado.
É a vida ... Somos todos uma cambada de frustrados.
Liberdade de Expressão também é o direito de dizer que os outros devem estar calados. Só não é o direito de calar os outros pela força.
A Liberdade de Expresão é frustante porque permite que os outros digam coisas que não nos agradam. Permite mesmo que os outros nos mandem calar. E nós temos o direito de não obedecer.
Reinventaram Hayek em Santa Fé, Novo México
(modificado)
Diz o Tchernignobyl:
Então não é que na sua crónica de ontem no público, o pacheco fala "da economia no seu sentido da auto-organização do povo português"?
[...]
Mas que a expressão traz um cheirinho indelével da feromona da formiga, lá isso traz. E quem sabe, talvez com o tempo, aos bocadinhos, com o avolumar das iterações, assistamos à emergência de perpectivas menos direitistas lá para os confins mais agrestes da blogosfera.
Curioso! Onde uns viram a Formiga de Langton, outros viram Hayek.
Esta confusão tem uma explicação muito simples: Algumas pessoas em Santa Fé andaram a reinventar Hayek. E só agora é que se começa a saber [ficheiro .doc].
Os perigos da cultura subsidiada
No Blog de Esquerda, um Poeta defende a cultura subsidiada .
Diz que os liberais, salvo raras excepções, são ignorantes e têm medo da cultura.
Medo de quê?
Como é que a cultura subsidiada pode meter medo? Só se for ao bolso dos contribuintes, porque os políticos não têm medo da cultura. Quem não é financeiramente independente não mete medo a ninguém. Faz o que lhe mandam.
Não é por acaso que em tempo de eleições vemos dezenas de artistas subsidiados a apoiar este ou aquele candidato. Contam-se pelos dedos de uma mão os artistas subsidiados que incomodam o poder.
Medo metem os independentes. Aqueles que sabem que não dependem do estado para sobreviver e que têm total liberdade para criar e para criticar. Esses poderão meter algum medo.
Medo mete a piada assassina dos Monty Python.
sexta-feira, dezembro 05, 2003
Graham Chapman Tribute Speech
John Cleese, Graham's friend and writing partner, presented the following speech at Chapman's memorial service, two months after his death:
GRAHAM CHAPMAN, co-author of the "Parrot Sketch," is no more. He has ceased to be. Bereft of life, he rests in peace, he has kicked the bucket, hopped the twig, bit the dust, snuffed it, breathed his last, and gone to meet the Great Head of Light Entertainment in the sky, and I guess that we're all thinking how sad it is that a man of such talent, such capability and kindness, of such intelligence should now be so suddenly spirited away at the age of only forty-eight, before he'd achieved many of the things of which he was capable, and before he'd had enough fun.
Well, I feel that I should say, "Nonsense. Good riddance to him, the freeloading bastard! I hope he fries." And the reason I think I should say this is, he would never forgive me if I didn't, if I threw away this opportunity to shock you all on his behalf. Anything for him but mindless good taste. I could hear him whispering in my ear last night as I was writing this, "Alright, Cleese, you're very proud of being the first person to ever say 'shit' on television. If this service is really for me, just for starters, I want you to be the first person ever at a British memorial service to say 'fuck'!"
Manuel João Vieira cumpre
Pedro Mexia foi o primeiro português a receber uma patinadora russa.
Manuel João Vieira está a cumprir o prometido.
A ditadura também é uma violação do direito à autodeterminação
Na Argélia, o nosso presidente conseguiu defender o direito dos Palestinos e dos iraquianos à autodeterminação. Ou seja, tentou agradar ao governo local criticando implicitamente as ocupações de Israel e dos EUA. Mas Portugal não é aquele país com um grupo de operações especiais no Iraque?
Para ficar de bem com todos, Sampaio condenou o terrorismo e até afirmou compreender a luta dos argelinos contra os terroristas da FIS.
Sampaio podia ter feito tudo ao contrário.
Podia ter condenado Saddam por impedir a autodeterminação do seu povo. Podia ter criticado os métodos autoritários de Arafat, métodos que violam o direito dos palestinos à autodeterminação. Podia ter elogiado os EUA por terem acabado com a ditadura no Iraque e estarem a devolver, ao fim de 35, a autodeterminação ao povo iraquiano. Podia ter condenado os terroristas palestinos. Podia ter condenado os militares argelinos que com o golpe de 1992 violaram os direitos do povo argelino à autodeterminação depois do voto em massa na FIS. Podia ter condenado os métodos que o governo argelino usou para combater a FIS.
Podia ter ficado calado.
São opções ...
Guerras do véu e jacobinismo
É assim que o estado francês defende a autodeterminação (original do Público):
Uma mulher francesa de origem magrebina, membro de um júri num processo por crime, que insistia em comparecer no tribunal coberta com um véu islâmico foi expulsa do júri por ordem do ministro da Justiça, Dominique Perben.
A jurada tinha-se apresentado no tribunal, na segunda-feira, de cabeça nua. Uma vez confirmada a sua selecção para membro do júri, a jovem magrebina prestou juramento também de cabeça nua.
Mas, quando chegou a primeira pausa no julgamento, informou o juiz que usaria daí por diante o véu islâmico na sala do tribunal. Perante este caso inédito, o julgamento foi imediatamente suspenso. Dominique Perben encontrava-se em Espanha, numa visita de trabalho, mas, uma vez informado do caso, pediu ao Ministério Público que reclamasse a substituição da jurada por um dos dois jurados suplentes sistematicamente designados para suprirem uma eventual ausência.
O pedido foi transmitido ao Tribunal de Bobigny pelo procurador da República, argumentando que o facto de um jurado usar um símbolo religioso ostentatório "viola o princípio constitucional da laicidade e é contrário aos princípios de imparcialidade e de independência consagrados pelo código de procedimento penal".
Há várias aberrações neste caso:
- a única força que oprime esta mulher é o estado. Não é a família. É ela própria que prefere utilizar véu e é o estado que a tenta impedir de o fazer.
- uma mulher não pode desempenhar uma função pública por causa da sua roupa;
- um caso banal é decidido pelo próprio ministro da justiça, o qual tem poder para influir no funcionamento dos tribunais;
- o estado francês não é imparcial e favorece activamente o ateísmo.
quinta-feira, dezembro 04, 2003
O Estado pai de família
A propósito das guerras do véu, escreve o Críico:
Esquece João Miranda que as meninas são obrigadas a usar o véu mesmo que não o queiram, por imposição das famílias. E sei do que falo. Vejamos o que se passa na Meca dos Liberais que é a Áustria. Conheço raparigas sauditas que no seu meio social ou na escola usam o véu, no entanto quando saem de casa à noite, no Verão, a primeira coisa que fazem é tirar o véu sem que os pais saibam. Gostam de usar roupas descontraídas. Têm discussões em casa porque os pais as querem obrigar a andar com aquela tralha em cima, isto com temperaturas de mais de trinta graus, como este último Verão. Deprimente. O liberalismo levado às últimas consequências parece levar à cegueira e ao desvario, chega a ser pateta. Tudo serve para a propaganda, seria divertido se não fosse lamentável.
A legislação francesa apenas procura o equilíbrio entre a autodeterminação social na sociedade em que vivem as jovens e a imposição religiosa e familiar de uma sociedade fechada, e não integrada, da família e da tribo. Complicado, eu não regularia, mas as intenções do legislador são correctas.
O que o estado Francês pretende fazer é proíbir o uso do véu ou de qualquer outro símbolo religioso na escola pública. Dada a grande quantidade de símbolos religiosos que contém, o Blog do Crítico não poderá ser consultado numa sala de aula francesa. Não percebo como é que isto contribui para a autodeterminação de quem quer que seja.
Por um lado, a lei ignora todas as outras imposições que os pais fazem aos filhos. Por outro, a lei ignora completamente a vontade dos filhos pressupondo, tal como o Crítico o faz, que nenhum deles quer usar símbolos religiosos.
Se as raparigas sauditas tiram o véu quando saem à noite, nada as impede de fazerem o mesmo na escola. O que sugere que a lei procura atingir as raparigas que querem usar véu e não as qe não querem.
E é aqui que se revela a natureza jacobina desta lei. A lei não pretende dar mais liberdade às raparigas. Pretende mudá-las.
Observatório da Blogosfera
O Comprometido Espectador informa que os "Protocolos dos Sábios de Sião" vão fazer parte da Biblioteca de Alexandria. Mas não vão ficar secção de False Documents.
O Bloguítica promete mostrar que "e' eventualmente defensavel que faz mais sentido despenalizar o aborto do que o consumo de drogas DURAS. "
O artigo de Vasco Rato acabou por ter um impacto que não merecia. A minha posição coincide, mais coisa, menos coisa, com a do Comprometido Espectador.
Graças a esta discussão, propagou-se um estranho conceito de liberalismo segundo o qual:
[...] o aborto deve ser legalizado, com os pormenores a serem discutidos por quem percebe do assunto, para dar a liberdade às pessoas para fazerem aquilo em que acreditam. Se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano, não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada. (lido no Complot)
Existindo um hipotético conflito de interesses entre a mãe e o feto, não me parece que a decisão sobre o que é ou não uma vida humana deva caber a quem pretende abortar e tem todo o interesse em que o feto não seja vida humana.
Se admitimos que o feto é uma vida humana e que a vida humana é condição suficiente para que cada um tenha direitos, então temos que admitir que o feto tem tanto direito à liberdade como a mãe.
Coisas que não me interessam de todo IV
Manifestações.
Há dias em que um Blogger não pode abrir o portátil. Foi o que aconteceu ao Linhas de Esquerda, que resolveu escrever:
Uma delegação do Partido Comunista Chinês (PCC), que chega quinta-feira a Lisboa a convite do PSD e do Governo português
A todos os bloggers de direita, que acusam sempre a esquerda de se manifestarem contra os bons e os justos, têm aqui uma excelente oportunidade de se manifestarem contra os maus e vilões, contra um dos regimes mais autoritários e sanguinários do mundo, que possui e testa anualmente milhares de bombas de destruição massiva, que ocupa um país vizinho há anos, que ameaça militarmente outro vizinho, que apoia um regime do "eixo do mal" possuidor de um programa nuclear e que é comunista.
PS - Dou alvíssaras se vir um dos bloggers de direita em qualquer manifestação. Hipócritas!
Entretanto, ontem, o Intermitente (que para o Linhas é um Blog de direita) tinha escrito:
O Diário Digital noticia que uma delegação do Partido Comunista Chinês (PCC) visita, esta semana, o nosso país a convite do PSD.
Para o repórter o escândalo consiste no "esquecimento" a que são votados os comunistas nacionaios (não está previsto qualquer encontro). Ainda para mais depois dos rasgados elogios que Álvaro Cunhal lhes fez enquanto farois do comunismo no mundo.
Para mim o verdadeiro escândalo consiste no convite do PSD, um partido democrático, ao PCC um partido ditatorial. Não obstante alguma abertura económica este continuar a negar direitos políticos à maior parte da população chinesa, a negar-lhes Direitos Humanos e a suportar o regime ditatorial da Coreia do Norte.
O PSD parece também, convenientemente, esquecer-se das recentes ameaças da China a Taiwan.
O PSD precisa escolher melhor os seus "amigos". Não basta enunciar princípios. Há que agir em conformidade.
Num comentário a este arigo, o Valete Frates escreveu:
Aqui está uma boa ocasião para a UBL promover um abaixo-assinado.
Seja como for, as manifestações não me interessam. Existem formas mais eficientes de se lutar pelos mesmos objectivos.
A China está a mudar por causa do comércio, do capitalismo e da abertura ao exterior. Não vai mudar por causa de uma manifestação.
Octávio Machado, uma solução para o Sporting?
Uma vez, sem exemplo, escrevi um post sobre futebol, o qual procurava discutir tudo menos de futubol.
Recebi um comentário de uma leitora: "Octávio Machado? Deus nos Livre!"
Eu, sinceramente, não sei a resposta.
Leiam antes quem sabe do que fala.
Coisas que não me interessam de todo III
A eterna politiquice.
X tramou Y. Y tramou X.
Z não diz nada. K anda a falar demais.
D amoçou com P.
As palavras de R eram dirigidas a S.
O ministro M não aparece. O ministro M aparece demais. O ministro M aparece mal.
Este é um momento histórico.
H está políticamente morto.
F diz-se vítima de assassinato político.
V espera que as coisas corram mal a F para voltar.
F poderá sair a ganhar se O for para Bruxelas, desde que Q vá para a UNESCO e Y concorra às autarquicas.
Wishful Thinking.
Coisas que não me interessam de todo II
A alegada/hipotética disputa Santana/Cavaco pela Presidência da República.
Primárias. Nada que não se resolva com primárias.
Coisas que não me interessam de todo I
O processo de paz no Médio Oriente.
Não é que não me interesse. A verdade é que não tenho tempo para me interessar. É preciso muito tempo e muita paciência para se conseguir analisar toda a informação, desinformação e propaganda que a coisa envolve.
A minha opinião sobre o assunto resume-se ao seguinte:
- são necessários 20 ou 30 grupúsculos para fazer a paz. Basta um para fazer a guerra.
- a paz no Médio Oriente interessa essencialmente a quem vive no Médio Oriente.
Liberdade, é também a liberdade de comer e ser comido
No DN:
O caso, que tem gerado curiosidade e horror entre a opinião pública, é o primeiro homicídio de natureza canibal no país e está a gerar algumas dificuldades legais, uma vez que o canibalismo não consta da lei alemã como crime e a aparente vontade da vítima em ser comida poderá constituir uma atenuante da pena.
Bem, se não está na lei, não há dificuldade legal nenhuma.
quarta-feira, dezembro 03, 2003
Em breve neste blog V
Pode a inteligência artificial suplantar a inteligência humana?
falando a sério sobre políticas de inovação
as origens dos eucariontes
Taça América e o PIB
experiências In Silico
What is the proper method to conduct research in economic science?
exabytes
Quanto custa uma vida humana?
Cluster de bio-investigação no Porto
Um novo Blog perto de si. (novo)
Observatório da Blogosfera. (novo)
Que modelo económico é que queremos para Portugal? (novo)
Liberalismo não é a mesma coisa que dirigismo de direita. (novo)
Octávio Machado, uma solução para o Sporting? (novo)
Coisas que não me interessam de todo. (novo)
Políticas monetárias: o dólar sobe porque o Bangladesh. (novo)
Promessas, só promessas... Mas nunca se sabe ...
Grande Reportagem
Pequena Reportagem
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