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sábado, maio 31, 2003
Hayek versus Keynes
Os nossos keynesianos têm passado os últimos meses a defener o estimulo da economia através de um discurso da confiança.
Friedrich Hayek explica aqui e aqui porque é que esta medida tem efeitos contrários aos desejados.
Um pequeno resumo:
- o problema económico mais importante e ao mesmo tempo mais dificil de resolver é o problema do conhecimento;
- a informação relevante para resolver problemas económicos está dispersa por toda a sociedade;
- as estatísticas macroeconómicas censuram grande parte da informação relevante;
- o governo não tem capacidade para adquirir ou processar toda a informação relevante;
- a economia de mercado é um enorme processador de informação. Grande parte da actividade económica consiste na manipulção de informação e produção de conhecimento;
- das duas uma, ou existem razões para a confiança, ou não existem;
- quem está em posição para avaliar as razões para a confiança são os agentes económicos, cada um por si;
- As razões para a confiança dependem das condições locais de cada agente;
- um governo não consegue avaliar as razões para a confiança de todos os agentes. Os governos trabalham com médias;
- O discurso da confiança induz a maior parte dos agentes económicos a tomar decisões erradas dado que as condições locais nunca coincidem com a visão que o governo tem da realidade;
- Se o governo tem um discurso da confiança quando não existem razões para tal, os agentes económicos são induzidos a tomar decisões erradas;
- Se o governo tem um discurso da confiança quando existem razões para tal, então esse discurso é redundante porque os agentes económicos já sabem disso.
- Os agentes económicos estão mais motivados para avaliar correctamente a informação do que o governo;
- Os agentes políticos sobrevalorizam o valor dos discursos e das ilusões;
- Quando o discurso da confiança é uma ilusão, o governo dificulta o processamento de informação pelo mercado obrigando os agentes a um esforço redrobado para analisar informação e produzir conhecimento de qualidade.
quinta-feira, maio 29, 2003
Credibilidade Aparente
Ficamos a saber (penúltimo parágrafo) como é que o Público distingue as fontes credíveis das outras: os gajos bem vestido são credíveis, os outros são demasiado imaturos.
Eu acho que só volto a comprar o público se o director passar a cortar a barba todos os dias.
Caso belga
A coluna tem um excelente post sobre o caso de pedofilia na Bélgica.
Alguns links sobre o assunto:
quarta-feira, maio 28, 2003
Camarate Revisitado
Penso que o Valete está na pista certa. Estão mesmo a acontecer coisas muito estranhas neste mundo.
Aliás, não percebo porque é que o João Soares se saiu com uma teoria tão pobre e tão pouco imaginativa.
Uma boa teoria da conspiração tem que explicar tudo. Nela devem encaixar todos os factos conhecidos ou alegados.
Uma boa teoria da conspiração terá que explicar o que se passou em Camarate, a razão do crime de Fortaleza, quem matou o padre Max, porque é que o Freitas do Amaral virou à esquerda, porque é que o Neo tem poderes sobrenaturais fora da Matrix, quem atacou a coluna diplomática russa no dia 5 de Abril de 2003 (Paulo Pedroso connection), se o Reinaldo teve mesmo um caso com uma das Doce, como é que a extrema direita portuguesa planeou e executou o 11 de Setembro, porque é que o Ronald Reagan tem Alzeimer, porque é que o Guterres fugiu, porque é que Mário Soares e Santana Lopes são levados a sério, onde está a mão da trilateral, qual o papel do Cónego Melo em tudo isto, porque é que Jaime Gama sucedeu a Guterres por um dia e que estranhas relações existiam entre os membros dos ABBA.
Do João Soares e de todos os socialistas que sugerem conspirações eu só tenho mais uma coisa a dizer: amadores.
Bem Vindos
São dois dos mais recentes Blogs sobre política: o renovador (ou será Novo-Democrata?) IV República e o Liberal Jaquinzinhos.
terça-feira, maio 27, 2003
O caso do Embaixador R.
Num telefonema que terá ocorrido dia 6 de Abril (segundo Expresso, segundo o Independente foi dia 2 ou dia 4 de Abril) Paulo Pedroso terá previsto um ataque ao embaixador russo em Bagdade que, pelo que eu percebi, ocorreu de facto dia 6. Segundo o Público, Paulo Pedroso encerra a conversa afirmando que nunca se sabe se não vem um bombardeamento ao embaixador R..
E não é que veio mesmo ?
segunda-feira, maio 26, 2003
Navalha de Occam
O Liberdade de Expressão gostaria de lembrar que para alem da teoria da conspiração do ReporterX, da teoria da conspiração do António Costa e da teoria da conspiração do João Soares, existe uma explicação muito simples para o que se está a passar: as instituições estão finalmente a funcionar.
domingo, maio 25, 2003
Todos são inocentes até prova em contrário, mas uns são mais inocentes que outros II
Claro que na vida real ninguém pressupõe a inocência de ninguém.
Nenhum pai coloca o seu filho num infantário sem referências.
Ninguém casa com um desconhecido/a.
Ninguém contrata um empregado sem o entrevistar.
Todos são inocentes até prova em contrário, mas uns são mais inocentes que outros
É isto que pensa este editorialista do Público:
"Não sabendo ainda os portugueses, de forma segura, qual a cabeça do "polvo" - Carlos Silvino é só uma peça do sistema[...]
Ora, é nesse sentido que devemos acreditar que, por exemplo, Carlos Cruz, Ferreira Dinis e Hugo Marçal são inocentes. "
Mas então porque é que o Carlos Silvino não deve igualmente ser considerado inocente?
Fé e cepticismo
Augusto Santos Silva escreveu ontem no Público:
O crime de abuso sexual de menores, ainda por cima cometido sobre crianças desprotegidas como eram as da Casa Pia, é abominável. Paulo Pedroso não tem nada a ver, mas mesmo nada a ver, com esse crime. Empenho nisto toda a minha credibilidade. Se, por absurdo, ele viesse a ser condenado num julgamento imparcial, eu renunciaria a toda e qualquer actividade política.
O Augusto Santos Silva não tem fundamento suficiente para fazer uma defesa tão peremptória sobre Paulo Pedroso. Ninguém tem sobre ninguém. As pessoas podem ter vidas secretas. Mas ele opta por fazer a defesa à mesma. É uma demonstração de fé nos amigos, mas de pouco valor no espaço público. De grande valor para os amigos, não duvido. Já assistimos a manifestações de fé semelhantes por parte de amigos e familiares de outros acusados. As amizades têm o dom de suspender o cepticismo.
É curioso como estes argumentos de fé são tolerados no espaço público. No entanto, quem se atrever a expressar no espaço público uma fé de sinal contrário será imediatamente condenado.
sábado, maio 24, 2003
Comunicado da procuradoria
Noticiado nas páginas da Lusa
Alguns destaques:
A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu hoje que "não constam" no processo do caso da Casa Pia "parte substancial" dos factos referidos em manchete na edição do semanário "Expresso".
A PGR anuncia ainda que irá instaurar um processo-crime para averiguar a fuga de informação verificada neste caso, que se encontra em segredo de justiça.
"O rigor exigido para que se fundamente uma suspeição sobre alguém, sobretudo num caso com as peculiaridades deste, exige um conjunto de dados suficientemente consistentes que só a quem tem o domínio da investigação compete avaliar"
Comentários:
- não se levantam processos por fugas de informação falsas. A instauração de um processo confirma a notícia;
- para o Procurador, um suspeito é um fulano contra o qual existem provas muito fortes. Ele está absolutamente certo;
- se o padrão de qualidade das provas for muito elevado, é provavel que muitos dos envolvidos nunca sejam acusados. Este é o procedimento correcto.
Múltipla escolha
Segundo a doutrina da virtude socialista, um político deve demitir-se das suas funções quando:
- é acusado de um crime nos jornais;
- o seu nome é mencionado num processo crime;
- é preso;
- é acusado pelo Ministério Público;
- é testemunha num processo;
- é envolvido por alguém numa rede criminosa.
Blogosfera
Eu tinha prometido posts sobre blogs.
Cá vai:
Quando os assuntos são mesmo sérios, os bloggers mais bem informados preferem discutir o assunto em privado. E têm muito boas razões para isso. A notícia que o Expresso publica hoje nunca seria publicada num Blog. Os Blogs não têm dinheiro para conflitos judiciais nem estrutura para resistir a pressões.
sexta-feira, maio 23, 2003
Estamos a leste
O Liberdade de Expressão soube através de fontes credíveis que terá sido escrita uma alegada notícia sobre umas eventuais escutas telefónicas que alegadamente terão sido feitas a dois alegados dirigentes partidários.
Era uma vez um país
Neste país vigorava o mais rigoroso segredo de justiça.
Um dia houve uma fuga de informação num processo importante.
Foi aberto um segundo processo para descobrir o responsável.
Noutro dia, uma segunda fuga de informação motivou mais um processo.
Foi aberto um terceiro processo para descobrir o responsável.
Até que, um dia, deu-se mais uma fuga de informação.
Foi aberto um quarto processo para descobrir o responsável.
Muitos dias como estes mais tarde o país fechou.
Faliu, porque todos os seus habitantes trabalhavam em processos de quebra de segredo de justiça.
Foi pena.
Objectos em extinção
O Abrupto anda a compilar objectos em vias de extinção. Aqui fica a minha contribuição:
em extinção => em expansão
lápis de madeira e a afiadeira => porta-minas
bússola e outros instrumentos de navegação => Sistema de Navegação por Satélite (GPS)
cartas geográficas em papel => sistemas de informação geográfica (GIS) + GPS
computador fixo => computador portátil
compasso e outros instrumentos de desenho => sistema de desenho assistido por computador (CAD)
relógio mecânico => relógio de quartzo
cabines telefónicas => telemóvel
FAX => email
página web tradicional => Blog
toque dos sinos da igreja => toques gravados
toque tradicional do telefone (trim! trim!) => toques variados
antena de televisão => cabo
óculos => lentes de contacto
máquina registradora => computador
quinta-feira, maio 22, 2003
Declarações de Souto Moura
Souto Moura considerou grave a hipótese de Ferro Rodrigues ter tido acesso ao processo da Casa Pia, adiantando que o facto de o nome de uma pessoa ser referido num processo não significa que venha a ser perseguida pela justiça. (citado do Público)
Declarações do presidente do Supremo Tribunal de Justiça
"Tenho ouvido nestes últimos dias falar de muita celeridade, rapidez e aprofundamento das investigações, porque estão em causa políticos, mas nunca ouvi falar disso quando estava em causa um simples cidadão" (link)
Calúnia Montada
As reacções (ver texto nos Relativos) de Ferro Rodrigues ao caso Paulo Pedroso são interessantes.
A confiança na justiça de há semanas atrás transformou-se em acusações de “calúnia montada”.
Sem saber os factos, lá foi dizendo que estávamos perante uma grande conspiração contra si, contra o PS, a democracia e o estado de direito.
Alguém devia explicar aos socialistas que a democracia não depende de uma única pessoa ou de um único partido. A democracia portuguesa não está em perigo. Ou pelo menos, se está em perigo, sempre esteve.
PS- Outro ponto importante: Ferro Rodrigues confessa que teve acesso a informações priviligiadas sobre este caso.
quarta-feira, maio 21, 2003
Paulo Pedroso
O moralismo em política acabará mais cedo ou mais tarde por rebentar na cara dos moralistas. Há duas razões fundamentais para isto:
1- é fácil fingir virtude e o moralista hipócrita não pode contar com a tolerância dos outros;
2 - é fácil lançar lama na reputação de um político e o moralista virtuoso põe-se a jeito.
O PS com o seu discurso das virtudes democráticas pôs-se a jeito e não pode contar com a tolerância dos outros.
O que não é censura ?
Um leitor (Carlos da Veiga Ferreira, editor da Teorema) do Blog de Esquerda escreveu:
Caro amigo,
Como sabe acabo de publicar o romance «Pornocracia», da conhecida realizadora francesa Catherine Breillat.
Para meu espanto – estamos em pleno séc. XXI – algumas livrarias exerceram sobre este livro um verdadeiro acto de censura, quer recusando-se a adquiri-lo, quer, tendo-o adquirido, não o expondo, a pretexto da capa que consideram pornográfica.
Ora, isto não é censura, isto é liberdade comercial. Os livreiros têm todo o direito de escolher elas próprios que livros comprar e que livros expôr.
Democracia versus partidocracia
Ferro Rodrigues tem um estranho conceito de democracia. Segundo ele, os eleitos pelo PS em Felgueiras "ou acatam as decisões do PS, ou entregam os seus cartões de militantes, ou serão alvo de processo disciplinar", "O PS não quer ter gente que não respeita a democracia".
Mas afinal, que regra democrática é que os autarcas eleitos pelo PS violaram? Que eu saiba, nenhuma. Tomaram o poder pela força? Não. Falsificaram os resultados eleitorais? Não. Violaram a Constituíção? Que se saiba, não. Violaram a lei? Todos eles? Esse é um problema a resolver pelos tribunais. Violaram compromissos com o PS? Esse é um problema do PS, não é um problema da democracia.
O dálogo não paga deficits
Mas mesmo assim há quem pense que "António Guterres perdeu o poder porque se esqueceu que a sua mais-valia como político era a capacidade de diálogo e a imagem de proximidade com os eleitores."
Ou seja, há mesmo quem pense que Guterres acabou como acabou, não por ter governado pelas sondagens, mas por não ter governado pelas sondagens.
Para esta gente, a realidade é irrelevante, a aparência é tudo.
terça-feira, maio 20, 2003
Pela Santa Liberdade!
Acaba de chegar à Blogosfera o professor José Adelino Maltez. Que seja muito bem vindo.
Blogs II
Qual é o mais antigo Blog nacional? Envie o endereço do Blog e a respectiva data de nascimento para este email.
Blogs
Plano para os próximos dias: fique a saber tudo, mas mesmo tudo sobre blogs.
segunda-feira, maio 19, 2003
Ideias simples para modernizar a economia portuguesa V
Permitir a abertura de todas as faculdades de medicina que tenham condições mínimas para abrir e para sobreviver (há várias candidaturas). Esta medida quebrará o cartel médico nacional, estimulará o investimento privado em saúde e beneficiará o público melhorando a razão qualidade/preço dos serviço médicos e do ensino.
Ideias simples para modernizar a economia portuguesa IV
Colocar a concurso a quarta as frequência de TV regional disponíveis.
Ideias simples para modernizar a economia portuguesa III
Colocar de novo a concurso a quarta licença de telemóveis. Se a rentabilidade do sector for acima da rentabilidade do resto da economia, não faltarão investidores dispostos a arriscar o capital. E se a rentabilidade do sector for acima da rentabilidade do resto então o público beneficiará com uma razão qualidade/preço maior. Se não for, ninguém concorre e não se perde nada.
Ideias simples para modernizar a economia portuguesa II
Liberalizar o regime de propriedade das farmácias. Esta medida incentiva os agentes económicos a transferir capital para um sector actualmente ineficiente e potencialmente mais lucrativo que o resto da economia. Os benefícios para o público são evidentes: mais farmácias, melhor relação preço qualidade.
Ideias simples para modernizar a economia portuguesa I
Liberalizar os horários e a construção de novas grandes superfícies. Esta medida incentiva os agentes económicos a procurarem actividades em que o seu capital e a sua força de trabalho possa ser usada de forma mais eficiente com vantagem para a eficiência global do sector distributivo.
sábado, maio 17, 2003
E sai mais um apelo à virtude
Quando a democracia portuguesa enfrenta um problema, quase toda a gente pensa que o problema se resolve com apelos à virtude.
Apelos à virtude dos agentes políticos, dos jornalistas e dos portugueses.
Toda a gente se indigna com a falta de virtude dos outros.
O que é curioso, porque se o número de pessoas que apela à virtude fosse igual ao número de virtuosos, não haveria problema nenhum com a democracia portuguesa.
O problema é que os apelos à virtude funcionam na realidade como incentivos à hipocrisia.
Democracia não é um tampão
Os tampões é que servem para ir à praia, andar a cavalo, passear, andar de bicicleta, fazer alpinismo ...
A democracia serve para se fazer aquilo que a maioria quer que se faça, desde que a lei seja respeitada. Não serve para mudar profundamente a natureza humana.
A ameaça de linchamento do Francisco Assis em Felgueiras não tem nada a ver com democracia. É um caso de polícia.
A democracia não impede os casos de polícia. Os democratas nunca prometeram tal coisa.
No máximo, os democratas prometeram que em democracia os casos de polícia seriam tratados pela polícia e pelos tribunais no rigoroso respeito pela lei.
É um erro tratar o que se passou em Felgueiras como um caso político apelando aos sentimentos democráticos dos Felgueirenses.
Primeiro, porque aqueles Felgueirenses já demonstraram que não têm sentimentos democráticos, e depois, porque a iniciação da força é inadmissível e não pode ter como única resposta a indignação política.
Afinal os portugueses são a favor da guerra
Pelo menos é o que mostram as sondagens:
56 por cento considera que "pesando os prós e os contras a guerra acabou por valer a pena".
Quase 55 por cento acha "muito provável" ou "provável" que o país venha a ser "daqui a cinco anos um país mais próspero, democrático e pacífico"
Enquanto que em Março 48 por cento avaliavam a actuação do Governo como "má" ou "muito má", agora estes ficam-se pelos 32 pontos percentuais.
Telepatia
Às 23:54, o Animal escreveu: "Dizia o Churchill que a democracia é o pior dos regimes, exceptuando todos os outros. Mas depois de ver a arruaça em Felgueiras, uma turba de grunhos ululantes a atirar lixo e dar carolos ao Francisco Assis[...]"
Às 00:13, o Pedro Mexia escreveu: "COM EXCEPÇÃO DE TODOS OS OUTROS: [...] Mas Portugal continua a ser, basicamente, um quintal de grunhos, e em nenhum sítio isso se vê como nas autarquias. Os ululantes felgueirenses [...]"
Num comentário ao post do Animal o Pedro Mexia escreveu: A citação do Winston mais a palavra «ululantes»? Ó Animal, leste o meu post ou é transmissão de pensamento entre malta da Esquerda Liberal?
sexta-feira, maio 16, 2003
Táxis IV
Afinal, o que é que as pessoas querem dos táxis: transporte eficiente ou uma conversa bem educada? Pessoas diferentes têm prioridades diferentes. Aqui está uma oportunidade para as empresas de táxis se diferenciarem umas das outras.
Táxis III
Se o meu objectivo é chegar o mais depressa possível ao outro lado da cidade, onde é que eu posso arranjar uma moto-táxi?
Táxis II
Claro que o problema dos Táxis está na sobre-regulamentação da actividade. A sobre-regulamentação dificulta o acesso à profissão, dificulta a entrada de novas empresas, impede a diferenciação da oferta de serviços, encarece os serviços, prejudica o utente e a inovação.
Táxis I
A frente de esquerda é impossível. Encalhou na questão dos Táxis. Os Relativos defendem os cursos de formação obrigatórios para taxistas, o Blog de Esquerda lembra que tais cursos de formação não estão a funcionar.
Fez ela muito bem
Lido no País Relativo: "Sei de fonte segura que a Sra. Ministra do Estado e das Finaças faltou às aulas de Keynes nos seus tempos do ISE."
Cultura Instantânea
É um dos momentos alto do Nónio , depois de vários dias com momentos baixos: este artigo responde a todas as questões científicas colocadas pelo Abrupto e este comentário do Luke explica aos cientistas o que são Os Lusíadas .
quinta-feira, maio 15, 2003
A propósito de Ciência
O Abrupto e os Marretas discutem a pouca importância que é dada às ciências duras em Portugal.
Eu lembrei-me das propostas do Bloco de Esquerda para introduzir a Homeopatia no Sistema Nacional de Saúde.
E não é preciso muita ciência para explicar porque é que a homeopatia não pode funcionar.
Mais uma vítima da demagogia
O Liberdade de Expressão anda eufórico com os novos Sound Bytes do líder da Nova Democracia: “limitação de mandatos”, “democracia liberal”, “deputados com liberdade”.
Ramalho Eanes hesita
Criar um novo partido, como Monteiro, concorrer de novo à presidência, como Soares, ou criar mais um Blog, como todos nós?
quarta-feira, maio 14, 2003
Ideias para novos Blogs
O Blog da colega do Tudo Menos Política.
Etimologia da Homossexualidade
A Charlotte já explicou.
Homossexualidade e Liberalismo
O Valete Frates tem um excelente post sobre este assunto.
Novas Regras do Medicamento Entram no Bolso dos Utentes
Isto foi um título do Público de ontem. Está escrito naquele tom moralista de quem diz: estão a ver, estas medidas do governo só prejudicam o povo.
Nada mais errado.
A nova lei penaliza aqueles que consomem medicamentos e favorece aqueles que pagam impostos, mas não os consomem. Na realidade, o título correcto é:
Novas Regras tiram do Bolso dos Utentes para o Bolso do Contribuinte
Mais importante. A nova lei penaliza aqueles que consomem medicamentos de marca e favorece aqueles que consomem genéricos. Na realidade, o título correcto é:
Novas Regras Entram no Bolso dos Utentes que Consomem Medicamentos de Marca
ou então:
Novas Regras incentivam Utentes a trocar Medicamentos de Marca por Genéricos
ou então:
Utentes preferem pagar mais por Medicamentos de Marca a consumir genéricos
terça-feira, maio 13, 2003
Presidenciais
Ao fim de 6 mandatos presidenciais e quase 30 anos de democracia o sistema atingiu um ponto de equilíbrio e toda a gente está de acordo sobre o papel do Presidente da República: o Presidente da República deve estar quieto e de preferência, calado.
Este consenso exclui da presidência gente com sangue na guelra como Santana Lopes, Mário Soares, Cavaco Silva ou Marcelo Rebelo de Sousa.
Neste momento, o candidato ideal, aquele que ficará quieto, aquele que de certeza ficará paralisado perante qualquer crítica, é António Guterres.
Claro que Guterres nunca será um presidente calado, mas em compensação, teremos sempre a esperança que ele desista a meio do mandato.
segunda-feira, maio 12, 2003
Nation Building
Fundar CiberComunidades é tão complicado como fundar nações.
Transformar o Dilema do Prisioneiro num Dilema do Prisioneiro Iterado pode evitar a Tragédia dos Bens Comuns;
Infelizmente, as comunidades abertas são vulneráveis a estranhos com más intenções, mas à primeira perdoa-se sempre. Depois, Olho por Olho, Dente por Dente. Os surdos e os precipitados devem perdoar duas vezes seguidas
Credo
O De Direita publica o seu credo de vez em quando. Após as devidas adaptações, o do Liberdade de Expressão é este:
Os Liberais não são nem de direita nem de esquerda;
Portugal deve ser uma democracia liberal;
A iniciativa privada deve ser privada: não deve ser nem encorajada nem reprimida pelo estado;
O papel regulador do Estado termina na regulação. Isso de o estado controlar a Caixa Geral de Depósitos para regular a concorrência no sistema bancário é uma treta;
Nenhum individuo é reponsável pelas asneiras dos seus antepassados. Mais importante: nenhum individuo é responsável pelas asneiras dos antepassados dos seus contemporâneos. Nenhum individuo tem que pedir desculpas pela Inquisição;
Um povo tem uma cultura que evolui, mas o passado é estático :). Mas isso não interessa nada. O que interessa é que a cultura de um povo emerge das contribuíções de cada um dos seus membros e não deve resultar das imposições das suas elites;
Há lugar para todas as diferenças, mas a lei é para cumprir.
As pessoas não são masoquistas
O que os liberais defendem é que as pessoas não são masoquistas. É por não serem masoquistas que reagem positivamente aos incentivos do mercado e negativamente aos incentivos de uma economia comandada.
Você pede, nós repetimos.
sábado, maio 10, 2003
Teoria da Crise de Confiança
Segundo muitas vozes socialistas, entre elas a do ex-ministro José Sócrates, a economia anda com falta de confiança e a culpa é do discurso pessimista do governo.
Só é pena que o sistema económico não seja uma equipa de futebol.
Vale a pena lembrar que a economia chegou a este ponto por excesso de confiança dos investidores, que meteram dinheiro nos negócios mais malucos sem nunca pensarem se o investimento era viável.
No caso português, a economia chegou a este ponto porque o Governo Socialista fez disparar os gastos públicos a contar que a euforia dos anos 90 e durasse para sempre.
Atravessamos agora um período de necessário reajustamento que serve para corrigir os erros cometidos.
Do que a economia menos precisa é de confiança artificial, porque foi a confiança excessiva dos agentes económicos que provocou as asneiras que eles agora andam a corrigir. A confiança artificial levaria os agentes económicos a pensar que, afinal, não é preciso mudar nada e podem continuar a cometer os mesmos erros que têm cometido até aqui. Como consequência, a necessária reestruturação da economia seria adiada.
Perderam Bagdad, agora perdem Felgueiras.
Lido num comentário anónimo no País Relativo
O futuro da economia iraquiana
Se dependesse da esquerda, o Iraque continuaria a ser uma economia planificada sem iniciativa privada;
As soluções de mercado são muito mais criativas: micro crédito, direitos de propriedades (inclusive para os pobres), distribuição por cada iraquiano dos lucros do petróleo, transparência;
A ideia que mais me agrada é a distribuição por cada iraquiano dos lucros do petróleo. Uma ideia semelhante está a ser aplicada no Alaska onde cada habitante recebe mais de 1000 dólares por ano. Esta medida impede a concentração de riqueza, reduz o poder dos decisores públicos e distribui este poder pelos legítimos detentores da riqueza: cada iraquiano.
sexta-feira, maio 09, 2003
“Não temos diplomados a mais, temos emprego a menos”
Como bom estatista, Jorge Sampaio julga que sabe mais que toda a economia. O problema é que o mercado não quer os licenciados para nada, os próprios licenciados não têm iniciativa para criar os seus próprios negócios, o ensino público tem professores a mais, nem todos os licenciados têm as qualidades exigidas pelas empresas, determinados sectores do ensino superior estão sobre-dimensionados, muitos licenciados estão sobrequalificados e a taxa de desemprego não é tão alta quanto isso.
Felgueiras, Liberdade e Responsabilidade
Ferro Rodrigues é responsável por tudo o que o PS tem de bom e de mau, mas não tem liberdade para demitir vereadores do PS;
Os Portugueses são responsáveis pelo pagamento de impostos que podem ser transferidos para a Câmara de Felgueiras, mas nem todos têm liberdade para votar no
Concelho de Felgueiras;
Os Felgueirenses têm a liberdade de votar no Concelho de Felgueiras, mas nem todo o orçamento da Câmara é da sua responsabilidade;
Os Vereadores de Felgueiras tiveram a liberdade de usar o nome do PS, mas não assumem as responsabilidades que os dirigentes nacionais do PS lhes pedem;
Os Vereadores de Felgueiras têm a liberdade para gastar dinheiro público, mas não têm a responsabilidade pela cobrança de impostos;
A Fátima Felgueiras tem a liberdade de desbaratar dinheiro público, mas ninguém lhe consegue cobrar responsabilidades;
O Brasil tem a liberdade de acolher criminosos, mas não assume nenhuma responsabilidade pelos seus crimes;
Os candidatos à Câmara de Felgueiras não têm responsabilidade pela cobrança de impostos nem liberdade para os baixar;
Caso os eleitos fujam às suas responsabilidades, nem os portugueses nem os Felgueirenses têm liberdade de não pagar impostos;
O Conselho de Felgueiras tem liberdade para gastar dinheiro público, mas em caso de falência, a responsabilidade passa para o estado central.
quinta-feira, maio 08, 2003
Nem os ministros são perfeitos
Se as pessoas são irracionais e desinformadas e se os ministros são pessoas, então os ministros também são vulneráveis à irracionalidade e à desinformação.
As pessoas não são masoquistas
O que os liberais defendem é que as pessoas não são masoquistas. É por não serem masoquistas que reagem positivamente aos incentivos do mercado e negativamente aos incentivos de uma economia comandada.
Os mercados são imperfeitos
Ao contrário do que por aí se diz, os liberais sabem que as pessoas são irracionais e estão desinformadas e por isso também sabem que os mecados são imperfeitos.
Keynesianismo II
Até pode resultar se o rabo da cobra tiver tecidos mortos.
Keynesianismo
Doutrina económica segundo a qual é possível engordar uma cobra alimentando-a da própria cauda.
É a economia, estúpido!
Tudo sobre economia nos próximos dias neste Blog. Perguntas e comentários para este email.
quarta-feira, maio 07, 2003
A democracia não pode depender da bondade dos democratas
Os Relativos discutem um problema recorrente: os partidos antidemocráticos têm o direito a concorrer a eleições?
A esquerda tem muitas dificuldades com esta pergunta porque para a esquerda toda a vida passa pelo estado. Se o estado é o maior empregador nacional, se controla a educação, a saúde, a justiça, as forças armadas, as polícias, as finanças e a diplomacia, quem controla o governo controla toda a vida nacional.
A solução liberal para este problema é simples: Estado limitado e fragmentado; justiça independente; mandatos limitados; divisão do poder entre vários órgãos para equilibrar poderes e contra poderes; divisão do poder por níveis geográficos; vida económica, religiosa e pessoal fora da esfera do estado.
A ideia é simples: o futuro da democracia não deve depender da bondade dos democratas, mas da arquitectura do sistema político. Uma democracia sólida é uma democracia onde mesmo um Le Pen seria obrigatoriamente um Primeiro Ministro democrata.
A solução dos relativos baseia-se numa partidocracia dos verdadeiros democratas. Estes são os zeladores da democracia que vão fazendo leis à medida para impedir que aqueles que eles acham que são antidemocráticos nunca tomem o poder. Resulta até que os próprios zeladores se transformam na principal ameaça à democracia.
Bem Vindo
O Pacheco Pereira tem mesmo um Blog. É o Abrupto.
terça-feira, maio 06, 2003
O que diz Lomborg ?
O Cruzes Canhoto tem mandado umas farpas ao Lomborg. Vale a pena lembrar que, em assuntos cientificos, o árbitro supremo é a realidade. As tartes, as farpas, os outros cientistas ou os tribunais inquisitoriais são árbitros menores.
Manifesto dos 4
O Valete Frates, o Intermitente e o Picuinhices já disseram o que havia a dizer sobre o mais recente manifesto de Mário Soares e companhia.
A realidade, como sabem, não interessa para nada. E se as coisas correrem bem no Iraque, Soares e Companhia podem sempre dizer que foram os seus manifestos que condicionaram o rumo dos acontecimentos. Se correrem mal, a culpa é dos EUA que não lhes deram ouvidos.
segunda-feira, maio 05, 2003
E nós, se calhar, somos parvos, não?
Jorge Van Krieken resolveu criar um site independente, dedicado ao jornalismo de investigação. Sem donos, sem pressões, sem timings nem manipulações. É o ReporterX .
Novos enimigos do Liberalismo III
A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), que curiosamente utiliza argumentos liberais, via Peter Singer para defender que um rato é um porco é um cão é um homem.
citação típica: "If the death of one rat cured all diseases, it wouldn't make any difference to me." Chris De Rose, Director, Last Chance for Animals.
Outras citações
Liberal do Dia
Maria Filomena Mónica pelo seu artigo A Intervenção no Iraque: Democracia e Liberalismo . Ela está absolutamente certa quando defende que a Liberdade e a Democracia não são a mesma coisa, que a Liberdade deve ser o valor supremo e que o poder democrático deve ser limitado. Uma democracia liberal não se esgota na ideia de que cada Homem tem direito a um voto. Por vezes, é necessário equilibrar a ideia de "um Homem, um voto" com a ideia "uma comunidade, um voto". O poder do estado deve ser limitado, deve estar dividido entre poderes e contra-poderes e deve estar submetido a uma constituição que proteja os direitos individuais. A Maria Filomena Mónica está errada quando pensa que os americanos não sabem isto tudo. O Iraque não vai ser um estado federal por acaso.
ONGs
Recebi um email:
li os seus postes contra as ong's que estão contra a guerra e não podia deixar de comentar o que diz sobre a AMI. "Exemplo: A AMI que, em relação à guerra do Iraque, teve uma posição contrária à do governo português legitimamente eleito, mas cujos médicos são pagos com dinheiro público."
é que a maioria do publico estava também contra a posição do governo, e era bom lembrar-se disso. A mim por exemplo acho muito pior o dinheiro publico ser empregue em "cimeiras nos açores" e em tudo que se relacionou com o apoio à guerra.
É incrível como continuam a atacar tudo e todos os que não estão de acordo com a minoria.
saudações
Rita (www.ayira.blogspot.com)
Rita,
A AMI é apenas um exemplo entre muitos. O problema não são as posições especificas da AMI. Eu, como todos os liberais, sou um defensor de uma sociedade civil no qual as ONGs desempenham papeis que hoje são atribuídos ao estado. Só que o financiamento das ONGs tem que vir da sociedade civil e não do estado. Uma ONG financiada pela sociedade civil é financiada apenas por aqueles que concordam com os seus métodos e os seus objectivos, tem que agradar a quem financia e está em concorrência leal com outras organizações similares. Uma ONG financiada pelo estado, é financiada por todos, inclusive por aqueles que não concordam com os seus métodos ou objectivos. O financiamento público das ONGs é um incentivo ao lobbying, à corrupção, à troca de favores políticos e à politização das suas actividades.
As ONGs são uma ameaça ao liberalismo porque conseguem, à custa do financiamento público, ter um poder muito superior aquele que teriam se fossem financiadas exclusivamente pelos seus membros e simpatizantes. Têm poder porque são financiadas também por aqueles que não concordam com os seus métodos ou os seus objectivos.
PS - Acho que o endereço correcto do Blog da Rita é este
sábado, maio 03, 2003
Novos inimigos do Liberalismo II
Começaram muito bem há 20 ou 30 anos com posições cientificamente sólidas.
Com o tempo passaram a desprezar o rigor científico e a basear as suas campanhas na desinformação e no medo. Tornaram-se em grupos de pressão com poder político, mas sem legitimidade eleitoral. Muitas dependem do estado para sobreviver. Outras dependem de campanhas publicitárias indecorosas para obter fundos.
Exemplo 1: Greenpeace (ver página dos críticos)
Exemplo 2 O Caso Lomborg. O mais recente argumento dos ecologistas passou a ser A Tarte
Novos inimigos do Liberalismo I
Estranhamente, as ONG. Têm uma reputação de organizações sérias, humanitárias e independentes. Com essa reputação obtêm dinheiro e ajudas estatais para imporem as suas agendas políticas próprias sem precisarem de se submeter a votos.
Exemplo: A AMI que, em relação à guerra do Iraque, teve uma posição contrária à do governo português legitimamente eleito, mas cujos médicos são pagos com dinheiro público.
sexta-feira, maio 02, 2003
Revista pluralista
Francisco Camacho, na Grande Reportagem, critica a "grande confusão entre fazer análise política e fazer política", o "triste espectáculo proporcionado por alguns opinion makers" e "a atitude militante com que se fardaram para comentar a guerra do Iraque". Na mesma edição em que Francisco Louçã passou a colunista da revista para escrever coisas como: "Os Estados Unidos são hoje governados por um grupo de extrema direita, escreveu Freitas do Amaral. Não se trata de uma figura de estilo ..."
quinta-feira, maio 01, 2003
Utopia do dia
O que é preciso é mudar as mentalidades.
Mentiras Infinitas
Mais uma citação do livro do Louçã:
"a marinha norte-americana destrói a marinha do Irão quando, a partir de 1982, o avanço das tropas de Khomeni reequilibra a parada, e chega mesma a abater um avião civil da Iranian Airlines, com centenas de passageiros, como um aviso.
O rigor de toda esta passagem é duvidoso, mas a última observação, que eu coloquei a bold, é obscena.
Segundo o Washington Post, que noticiou o acontecimento o Presidente Reagan terá dito: "This is a terrible human tragedy. Our sympathy and condolences go out to the passengers, crew, and their families . . . . We deeply regret any loss of life." Se o objectivo era transmitir algum aviso, o tom utilizado não foi o mais adequado.
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