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quarta-feira, maio 07, 2003
A democracia não pode depender da bondade dos democratas
Os Relativos discutem um problema recorrente: os partidos antidemocráticos têm o direito a concorrer a eleições?
A esquerda tem muitas dificuldades com esta pergunta porque para a esquerda toda a vida passa pelo estado. Se o estado é o maior empregador nacional, se controla a educação, a saúde, a justiça, as forças armadas, as polícias, as finanças e a diplomacia, quem controla o governo controla toda a vida nacional.
A solução liberal para este problema é simples: Estado limitado e fragmentado; justiça independente; mandatos limitados; divisão do poder entre vários órgãos para equilibrar poderes e contra poderes; divisão do poder por níveis geográficos; vida económica, religiosa e pessoal fora da esfera do estado.
A ideia é simples: o futuro da democracia não deve depender da bondade dos democratas, mas da arquitectura do sistema político. Uma democracia sólida é uma democracia onde mesmo um Le Pen seria obrigatoriamente um Primeiro Ministro democrata.
A solução dos relativos baseia-se numa partidocracia dos verdadeiros democratas. Estes são os zeladores da democracia que vão fazendo leis à medida para impedir que aqueles que eles acham que são antidemocráticos nunca tomem o poder. Resulta até que os próprios zeladores se transformam na principal ameaça à democracia.
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