Liberdade de Expressão

 

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quinta-feira, maio 06, 2004

 
Arábia Saudita vota Kerry

1. Há duas ou três semanas, o mundo ficou a saber de um acordo secreto entre a Arábia Saudita e Bush em que a primeira se comprometia a baixar os preços do petróleo para falicitar a eleição do segundo. O acordo era tão secreto que saiu em todos os jornais.

2. Agora que o preço de petróleo não pára de subir, só podemos concluir que a Arábia Saudita passou a ter um acordo secreto com Kerry.

3. A Arábia Saudita vota Kerry, a Al Qaeda vota Zapatero. Assim vai o mundo.

4. Luís Nazaré diz que não, que a culpa é dos especuladores e da economia de mercado. O Jaquinzinhos parece-me estar muito mais bem informado.

5. Entretanto, a gasolina em Portugal está mais cara por causa da liberalização do mercado interno. Ou seja, é possível criticar o mercado sempre. Nos mercados internacionais, o petróleo está mais caro por causa dos especuladores internacionais. No mercado interno, o preço da gasolina não tem nada a ver com o preço do petróleo. A culpa é da liberalização. Dica: a gasolina é feita a partir do petróleo comprado nos mercados internacionais.

6. Tudo isto são boas notícias para a Europa que precisa de incentivos para cumprir o Protocolo de Quioto. Quanto mais caro estiver o petróleo, menor a poluição.

7. E que tem andado a apostar nas energias alternativas. Quanto mais caro estiver o petróleo, mais viáveis são as energias alternativas.

8. Felizes deviam andar os ecologistas.

9. E a esquerda. Afinal, as pessoas não são números. Se não são, que interesse é que tem o preço da gasolina?

10. Não devia ser a esquerda a preocupar-se com o preço do petróleo e da gasolina. Esse é um pecado exclusivo dos americanos, que fazem tudo pelo ouro negro.

11. Saudades de Guterres que, em tempos congelou o preço da gasolina, e pagou a diferença do seu próprio bolso.

12. As empresas que ele manteve artificialmente no mercado estão agora a falir. Os ecologistas estão felizes porque estas são precisamente as empresas energeticamente mais ineficientes e menos ecológicas.