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terça-feira, abril 13, 2004
Iraque: lições de uma semana de instabilidade
1 - Os radicais Xiitas são agora a voz do povo iraquiano. Democracia? Para quê se as armas falam mais alto.
2 - Bastam meia dúzia de incidentes bem amplificados pelos media para se poder falar outra vez em Vietname. Uma semana já faz uma tendência.
3 - As sociedades ocidentais tremem, com, ou sem razão. Os líderes da oposição cheiram sangue ...
4 - Voltaram os mitos da esquerda.
5 - Os americanos foram lá pelo petróleo, mas o petróleo está mais caro.
6 - Os americanos foram lá por causa das negociatas da reconstrução, reconstrução que eles próprios pagam.
7 - A ONU é que resolvia isto. A ONU é que conseguiria a confiança dos iraquianos. A ONU do programa "petróleo por palácios". A ONU que sofreu um atentado em Bagdad e fugiu ... A ONU sem exército. Quem quer ir morrer ao Iraque pela ONU?
8 - Os Barnabés estão felizes porque acertaram. Tinham razão. Tinham razão sim senhor. Até um relógio parado está certo duas vezes por dia.
9. O problema é que para os Barnabés, a sociedade iraquiana não tem estrutura. Não fazem nenhuma distinção entre as forças democraticas no interior da sociedade iraquiana e as forças não democráticas. E na prática, os Barnabés fazem o jogo das segundas, as quais ficariam muito felizes se os americanos fossem embora.
10. Para os Barnabés todos os iraquianos combatem o ocupante e todos os iraquianos são tão anti-americanos como os próprios Barnabés. O poblema é que o que está em jogo dentro da sociedade iraquiana não é a ocupação, mas o poder. E são as forças antidemocráticas, e apenas essas, que têm interesse em combater os americanos, porque são essas as únicas que ganham alguma coisa com isso na luta pelo poder.
11. Os Barnabés acertaram, mas usaram a teoria errada. A instabilidade no Iraque não se deve à rejeição generalizada da ocupação. Deve-se à rejeição localizada da democracia por parte de forças anti-democráticas minoritárias.
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