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sexta-feira, fevereiro 13, 2004
O caso a favor da guerra (reposição da versão de 4 de Novembro de 2003)
Alguns Blogs tendem a reduzir o caso a favor da guerra do Iraque às posições do Pentagono, ou à posição americana ou à questão das armas de destruíção maciça. No entanto, a discussão sobre a guerra no Iraque foi muito mais rica e não pode ser reduzida às posições simplistas que agora são atribuídas aos defensores da intervenção.
O que se segue é a minha justificação da Guerra contra o Iraque, escrita no dia 9 de Março de 2003 publicada aqui. Publico-a outra vez para mostrar que a existência de armas de destruição maciça no Iraque foi/é para mim irrelevante para a justificação da guerra.
1 - Todo e qualquer ser humano tem o direito fundamental à vida, à liberdade e à participação política numa democracia. Saddam Hussein viola sistematicamente
todos estes direitos dos iraquianos, logo o uso da força para acabar com o regime iraquiano é legítimo.
2 - Saddam Huessein é um apoiante declarado do terrorismo em Israel;
3 - Saddam Hussein violou consecutivamente 17 resoluções das Nações Unidas, incluindo a última. Logo, o uso da força contra o Iraque é legítimo.
4 - Um sistema legal internacional que não possua meios para impor as suas decisões pela força é inútil.
5 - Os EUA e o Reino Unido defendem a única solução não utópica para a violação dos direitos humanos no Iraque e para forçar o cumprimento das resoluções da ONU.
6 - Os pacifistas defendem apenas a continuação do Status Quo o que significa a perpetuação da ditadura, da violação sistemática dos direitos humanos, da violação
de resoluções da ONU e da ameaça militar iraquiana. Nenhum pacifista defendeu até ao momento uma solução para o problema do Iraque. Aliás, para os pacifistas nem parece haver um problema.
Perante esta situação, eu apoio a única solução viável para o problema, como aliás já apoiei a invasão do Afganistão e as intervenções na Bosnia e no Kosovo.
[Nota: antes da guerra já se sabia que o Iraque tinha violado a 17ª resolução do Conselho de Segurança. O Iraque não colaborou activamente com os inspectores da ONU como era obrigado a colaborar e não declarou, como era obrigado a declarar, o destino das armas químicas e biológicas que existiam em 1991. O destino dado a estas armas nunca foi esclarecido.]
A intervenção americana no Iraque acabou com um regime despótico e puniu adequadamente as violações constantes das decisões do Conselho de Segurança. A presença dos americanos e dos britânicos no Iraque continua a ser a única solução não utópica para a transformação do Iraque num país livre e democrático. A esquerda continua sem soluções para o Iraque, com a excepção das utopias que envolvem a ONU, a França e a Alemanha. A esquerda ainda acredita na teoria dos patriotas iraquianos que defendem o seu país da ocupação anglo-saxónica. A esquerda ainda não percebeu que os alegados patriotas são terroristas (em todos os sentidos possíveis da palavra), muitos dos quais estrangeiros, que parecem mais interessados em combater a democracia, os próprios iraquianos, a ONU e a Cruz Vermelha, do que em combater os ocupantes.
Após meses de discussão parece que muitos Blogs de esquerda não perceberam de todo os argumentos dos vários Blogs da UBL. Ninguém defendeu a intervenção do Iraque seria uma solução perfeita para os problemas do mundo. Ninguém defendeu que os EUA faziam a guerra por altruísmo. Ninguém defendeu que o problema ficaria resolvido de um dia para o outro. Foi defendido, em vários Blogs, que a intervenção era a melhor das soluções possíveis e que todas as soluções possíveis eram imperfeitas. Vários Bloggers explicaram que apoiavam a intervenção americana, não porque acreditavam na bondade dos americanos, mas porque acreditavam no seu egoísmo.
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