Liberdade de Expressão

 

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quinta-feira, janeiro 15, 2004

 
Os limites da educação pública

Parece que 32% dos adolescentes acreditam que a pílula previne a SIDA.

JPP defendeu que isto mostra que o modelo de educação sexual faliu e que precisamos de outro modelo.

Mas há outra hipótese ainda mais interessante. Numa sociedade aberta, a educação, em particular a educação pública, tem limites.

A crença no poder ilimitado na educação faz parte do sonho racionalista, segundo qual, o poder da razão é ilimitado, mesmo o poder da razão para criar seres super-racionais e super-informados. A educação é vista como um instrumento da engenharia social que pode (e deve) ser utilizado para bem da sociedade.

Acontece que, um governo totalitário pode utilizar todos os meios de uma sociedade para transmitir uma mensagem. E nem sempre a mensagem passa.

Numa sociedade aberta, o governo não controla todos os meios. Tem que competir com uma enorme variedade de fontes de informação. A propagação de uma determinada informação torna-se cara. A informação pode ser deturpada por outros agentes.

Biliões de mensagens competem por milhões de centros de decisão (os cérebros humanos). A mensagens que são adoptadas são ecolhidas de acordo com forças biológicas e culturais que influenciam a forma como cada cérebro humano funciona. Das mensagens que competem pelo cérebro de um adolescente, as relacionadas com a prevenção da SIDA são das menos interessantes.

Os próprios centros de decisão governamental também são alvo de competição entre as várias mensagens a transmitir. E por isso, o Ministério da Educação vive ao sabor das modas educativas que conseguem chegar a posições de topo na administração. Não há garantia nenhuma de que a moda adoptada seja a melhor. O mais provável é que seja uma das mais simplistas.