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sexta-feira, janeiro 16, 2004
Mulher, a pátria precisa do teu útero
O Ministro Bagão Felix diz:
"Impressiona-me, como ministro e cidadão, que a maternidade ainda seja, tantas vezes, discriminada nas empresas"
"é de lamentar esse tratamento rude e injusto dado à maternidade, quando a demografia é fundamental para o desenvolvimento do país".
Note-se que Bagão não defende que as mulheres têm todo o direito à maternidade e que a maternidade é um bem em si para cada uma das mulheres.
O que Bagão defende é que a maternidade é um instrumento de poder colectivo que deve ser promovido porque o país precisa de se desenvolver. A mulher passa a ser uma mera produtora de trabalhadores jovens e eficientes. É a completa submissão dos individuos à pátria.
Entretanto, todas as outras políticas do estado, concebidas para atingir outros fins igualmente meritórios, continuam a interferir com a liberdade individual impedindo as pessoas de terem filhos quando os desejam ter. Por exemplo, o congelamento das rendas, que pretendia garantir casas baratas a quem já as habitava, um fim meritório, acabou por destruir o mercado de arrendamento e por prejudicar o acesso à habitação dos casais mais jovens.
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