Liberdade de Expressão

 

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quinta-feira, janeiro 01, 2004

 
Indignação do dia

Andam todos indignados.


O JN publicou uma notícia segundo a qual cartas anónimas que denunciam Sampaio e Vitorino foram incluídas no processo.

O que indigna tanta gente? Não é mais uma violação do segredo de justiça. As violações do segredo de justiça só provocam indignações selectivas. Esta não é das que provoca indignação. Esta violação do segredo de justiça não provoca indignação porque constitui um ataque à investigação e é favorável à defesa.

Sendo assim, assistimos hoje ao julgamento público do procurador João Guerra com a participação do Bastonário da Defesa dos Arguidos Ricos e Famosos.

Segundo a doutrina defendida pelos indignados, as cartas anónimas devem ser excluídas do processo. Apesar de serem essenciais para a descoberta dos seus autores. E se, como deseja o Diário Digital, o autor das cartas anónimas for uma das testemunhas que acusa Paulo Pedroso? Sem a carta anónima no processo, como é que a defesa prova isso? Se, no entanto, o procurador tivesse excluído cartas contra, por exemplo, Paulo Portas, os indignados acusariam João Guerra de ocultação de provas. É a vida.

Entretanto, a teoria da cabala ganha adeptos. A cabala é uma doença infantil. A fantasia é um mau substituto da realidade e um mau ponto de partida para a acção.

É curioso que o mesmo evento tenha servido para sustentar duas teorias contraditórias:


  • Teoria 1: sabe-se que existem outros nomes nas cartas anónimas. O facto de só terem sido revelados nomes de pessoas do PS é uma prova da cabala.
  • Teoria 2: como foram guardadas cartas anónimas contra pessoas do PS, estamos perante uma cabala.



Existe, no entanto, existe uma teoria alternativa que também explica os factos:

O procurador guardou todas as cartas que considerou relevantes. Pessoas ligadas ao PS fizeram chegar ao JN apenas os nomes de pessoas do PS para convencer a opinião pública que o procurador persegue o PS.