Liberdade de Expressão

 

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sábado, setembro 06, 2003

 
Déficit

Diz o Manuel do De Direita:


A génese desta discussão é um post em que critico a confusão entre a existência de um défice e as políticas Keynesianas. Como tal não estava a defender as políticas Keynesianas que o João cita no seu penúltimo parágrafo.
"...vê em John Keynes a suprema encarnação do Mal e ao qual associam tudo quanto tenha a ver com a palavra "Défice". "

Confusão que existe em quem tem uma obsessão persecutória por Keynes, que acaba por vê-lo onde ele pode não estar.


Acho que esta discussão já mostrou que os argumentos contra o déficit vão muito para alem das críticas às políticas keynesianas. Os limites ao déficit servem como limites ao poder do estado. O estado tem uma tendência natural para crescer de forma descontrolada e a desperdiçar dinheiro. Coisas que a Public Choice explica. Os limites constitucionais ao déficit são uma proposta que tem como objectivo limitar esse crescimento e forçar o estado a racionalizar os gastos.

O Manuel defende que os investimentos do estado devem ser reprodutivos e que tudo corre bem "se o Governo em período de crescimento não for liderado por um irresponsável como António Guterres". Esta tese tem dois problemas:

- Ninguém sabe à partida o que é um investimento reprodutivo. Essa é a maior das dificuldades económicas. Se nos fosse dado a conhecer á partida o que é um bom investimento reprodutivo, ganhariamos todos uma pipa de massa. Não é por acaso que o país está cheio de elefantes brancos sem quaisquer efeitos reprodutivos. O Manuel defende aqui a tese racionalista segundo a qual um governo tem a capacidade tomar as escolhas fundamentais que determinam a vida de milhões de pessoas sem falhar.

- Pessoas como António Guterres têm mais probabilidades de ser eleitas em tempo de vacas gordas que o estadista omnisciente capaz de tomar as decisões correctas. O tal estadista omnisciente nunca ganha eleições, primeiro porque não existe, e depois porque os eleitores são facilmente enganados pelas promessas eleitorais de políticos como Guterres.

Em resumo: devem existir sempre limites ao déficit, porque políticos como António Guterres chegam com demasiada frequência ao governo. Os erros cometidos por Guterres vão ser cometidos outra vez, mais cedo ou mais tarde, e eu suspeito que seja mais cedo do que se pensa. As próximas eleições são já em 2006 e o governo não vai resistir e vai utilizar a despesa do estado para criar uma sensação artificial de enrequecimento nos eleitores.