Liberdade de Expressão

 

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domingo, agosto 24, 2003

 
Quais são os sentimentos dos iraquianos?

Diz o autor do excelente BLOGUITICA INTERNACIONAL:

Ja' li ou ouvi, por diversas vezes, que se estivessem no Iraque forcas militares alemas, francesas e indianas tudo seria diferente.

Nao poderia estar em maior desacordo. Isto porque me parece que a presenca militar desses paises no Iraque apenas faria com que a ocupacao fosse diferente para a comunidade internacional, mas nao para os iraquianos.

Calculo que, do ponto de vista do cidadao iraquiano, o sentimento de ver o seu Estado ocupado nao se atenuara' so' porque a forca ocupante passou a ter uma componente mais multinacional. Para alem do mais, a entrada de alemaes, franceses e indianos no Iraque nao implicara' a saida dos norte-americanos.


O que é preciso analisar é se existe alguma relação de causa-efeito entre os sentimentos dos iraquianos e as acções terroristas. Estamos a pressupor que os terroristas que possuem alguma racionalidade ancorada na realidade. As acções dos terroristas no Iraque não parecem motivadas pelas acções dos americanos nem parecem ter o apoio da maioria da população. Os terroristas atacariam os americanos, quaisquer que fossem as suas acções. O terrorismo, é, pela sua própria natureza, irracional e não pode ser analisado no pressuposto de que é racional.

Muitos comentadores parecem deduzir os sentimentos dos iraquianos dos atentados, para em seguida justificarem os atentados com os sentimentos dos iraquianos. A verdade é que não existem informações independentes e estatisticamente relevantes que mostrem quais são os sentimentos dos iraquianos. Os sentimentos dos iraquianos não podem ser deduzidos nem de atentados, que são eventos raros, nem de manifestações de rua, porque a rua raramente representa a maioria da população.

Mas admitindo que os iraquianos tenham sentimentos anti-americanos, nada garante que esses sentimentos causem terrorismo. O terrorismo no Iraque parece ter causas que pouco têm a ver com os sentimentos da maioria dos iraquianos. As causas têm mais a ver com a agenda de sectores ultra-minoritários cujos interesses são contrários aos interesses da maioria dos iraquianos.