Liberdade de Expressão

 

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quinta-feira, agosto 07, 2003

 
Preços fixos no mercado das madeiras

O Veto Político considera que a manutenção das tabelas de preço da madeira é uma boa forma de o estado intervir na economia.

Como sempre, o Liberdade de Expressão discorda.

Para já, e à primeira vista, não se trata de uma intervenção do estado. Segundo a notícia da TSF:

As tabelas de preços para a compra de madeira vão ser mantidas, anunciou o ministro da Agricultura. A garantia foi dada pelos grandes compradores de madeira.


Ou seja, são os principais compradores de madeira que optam por manter as tabelas após reúnião com o ministro criando a ilusão de que estão a fazer um favor à comunidade. Falta saber o que é que os compradores de madeira pediram em troca.

Mas estas empresas não estão a fazer favores a ninguém. As empresas que resolveram manter as tabelas são as celuloses e as empresas de mobiliário. Nenhuma destas empresas está muito interessada em madeira queimada cuja oferta vai aumentar. As celuloses e as empresas de mobiliário estão interessadas em madeira de qualidade cuja ofertas vai diminuir. Quando estas empresas anunciam que vão manter as tabelas estão a defender os seus próprios interesses.

O ministro quer ficar com os louros desta medida e por isso diz: "o objectivo principal é valorizar os salvados, ou seja, o material ardido, e fazer o respectivo escoamento para evitar que os prejuízos sejam acentuados por via de algum oportunismo".

Mas se o objectivo é escoar o material ardido, como é que isso pode ser garantido através da fixação dos preços?

A madeira de pior qualidade, cuja oferta tende a aumentar, não pode manter o preço, como pretende o governo, porque os agentes económicos tenderiam a manter o mesmo volume de compras sem escoar o excesso de oferta. Ou seja, a fixação do preço não resolve o problema do escoamento. Só um regime de preços flexíveis é que poderá incentivar os compradores a adquirir mais madeira que habitualmente.