|
sexta-feira, agosto 08, 2003
Preços fixos no mercado das madeiras II
O Veto Político comentou o meu post "Preços fixos no mercado das madeiras". Vou apenas pegar no ponto que considero fundamental.
O Veto Político afirma:
Ao não existir um mínimo de retorno comercial, teremos uma série de produtores com imensidões de terreno onde investir, sem capacidade de os rentabilizar. Tal facto irá levá-los à saída do mercado, originando uma crise no sector de proporções imensuráveis. Defendo uma política económica de mercado em que o produtor menos eficiente deverá ser eliminado, mas não é esta a situação actual: vive-se neste momento uma situação extraordinária, que requere medidas extraordinárias.
A ruína destes produtores não se deve a uma maior competitividade de novos elementos do mercado, nem se trata de uma substituição natural que atinge maiores dimensões numa época de crise económica; estamos perante um atoleiro que se deve a uma calamidade natural, e para a qual o mercado não terá uma resposta conveniente em tempo útil.
O Veto Político pressupõe que um produtor eficiente é aquele que produz árvores aproveitando o terreno disponível. Mas esse não é um sinal de eficiência. Um produtor eficiente é aquele que sabe lidar com a incerteza e com os acidentes da natureza. É aquele que consegue prevenir incêndios, que faz a limpeza da floresta, que faz seguros contra incêndios e que partilha riscos com outros investidores. Os produtores que não conseguem fazer isto não deviam permanecer no negócio e não devem ser protegidos.
Os produtores que não conseguem prevenir riscos e que usam o estado como companhia de seguros não são eficientes. Estão a externalizar parte dos custos e fazem concorrênia desleal aos restantes.
Esta situação está longe de ser extraordinária. Todos os anos ocorrem incêndios e todos os anos o estado contribui, através das mais diversas ajudas, para que permaneçam no mercado empresas que e empresários que não têm qualidade para lá estar. O estado anda a incentivar a incompetência.
|