|
quarta-feira, agosto 13, 2003
O Ambientalista Liberal II
(continuação do post anterior)
21 – O maradona sugere que seja o estado a decidir onde é que se pode plantar o quê.
22 – E que o estado subsídie a actividade florestal para que os produtores tenham incentivos para gerir as suas propriedades de forma sustentável.
23 – O problema, como bem lembrou o Contra-a-Corrente, é que o estado não é nem omnisciente, nem omnipotente nem infinitamente bondoso.
24 – Os políticos são os agentes menos motivados para tomar decisões com efeitos a longo prazo. Um político é um fulano que toma as suas decisões a pensar nas próximas eleições porque os eleitores pensam com a carteira em vez de pensarem com a cabeça.
25 – Não há nenhum nicho de mercado para políticos que pensem a longo prazo, embora exista um nicho de mercado para empreendedores com projectos a longo prazo.
26 – Dado que as empresas podem ser sociedades anónimas cotadas na bolsa e os políticos não, o capital acumulado por uma empresa com investimentos a longo prazo pode ser vendido às gerações futuras com lucro para o investidor inicial, mas um político não ganha nada com políticas de longo prazo porque não tem como transmitir (e muito menos lucrar com) o capital político acumulado.
27 – O estado tem um péssimo historial de medidas a curto prazo com consequências desastrosas a longo prazo. Por exemplo, o congelamento das rendas de casa.
28 – O estado impôs as preferências de curto prazo dos políticos limitando as preferências de longo prazo do mercado.
29 – A floresta portuguesa de pinheiro e eucalipto é ela própria o resultado das preferências de curto e médio prazo dos governos. O Estado Novo não fomentou nem sobreiros nem castanheiros. Fomentou o pinheiros e as celuloses.
30 – Nada nos garante por isso que as preferências de curto prazo dos políticos não sejam impostas em vez das preferências mais equilibradas do mercado.
(continua)
|