Liberdade de Expressão

 

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terça-feira, julho 15, 2003

 
O Crítico, a economia, a matemática e o estado IV

Esclarecimento, a propósito do último post do Crítico:

Um modelo não é uma equação. Um modelo é uma representação da realidade.

A equação T=E/(C+1) é apenas uma definição que não deriva de nenhum modelo. Deriva das definições de T, E e C. A equação é sempre válida, pode é ser inútil.

Os problemas surgem quando o Crítico procura tirar conclusões a partir da equação. Para isso ele precisa de construir um modelo do funcionamento da economia que lhe permita relacionar T, E e C.

É o modelo utilizado pelo crítico que está errado. Os agentes económicos não se comportam como o crítico diz que se comportam, E não é uma função limitada e não é líquido que C aumente sempre.

O Crítico utiliza um modelo que não é muito diferente do modelo marxista original. É sempre possível adicionar epiciclos a um modelo para que ele fique mais parecido com a realidade. Foi o que eu fiz ao redefinir “capital humano”. Mas neste caso, a tarefa está condenada ao fracasso porque a economia é um sistema complexo e não pode ser representada por modelos macroeconómicos.

Por ser um sistema complexo, o futuro da economia depende dos detalhes mais infimos e só pode ser previsto por modelos que representem as relações entre milhões de agentes. Os modelos têm que ser tão detalhados como a própria economia. O mapa tem que ser do tamanho do território.

PS - Há, obviamente, um espaço para o estudo da economia através de modelos microeconómicos. Mas estes modelos estão limitados pelo poder computacional disponível. Caso se tornem suficientemente poderosos, passarão eles próprios a representar um papel importante na economia contribuindo ainda mais para a complexidade do sistema económico.