Liberdade de Expressão

 

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sábado, julho 12, 2003

 
O Crítico, a economia, a matemática e o estado II

Como eu temia, o Crítico baseia as suas opiniões numa caracterização incorrecta do Liberalismo. É a conhecida falácia do homem de palha. O Crítico associa as posições liberais à situação na Rússia. Para o Crítico, um estado liberal é aquele em vigora a anarquia e a arbitrariedade. Para o crítico, um estado liberal é aquele em que os detentores do capital pagam ao poder moderador para que deixe de moderar. Para o crítico não existem diferenças entre liberdades positivas e liberdades negativas. Recomendo-lhe a leitura do ponto III da declaração de princípios da Causa Liberal (com o qual concordo).

O Crítico defende que o estado deve ter um papel redistributivo na educação. Nesse ponto, o Crítico está de acordo com o Liberdade de Expressão. A diferença é que o Liberdade de Expressão defende um sistema de Vouchers enquanto o Crítico parece defender o actual estado de coisas. O estado, para ter um papel redistributivo não precisa de ter escolas nem precisa de empregar professores.

O Crítico defende que estamos a discutir questões de fé. Não estamos. Se estivéssemos, o Crítico não teria dificuldade em rebater os meus argumentos. O Crítico afirma que os meus argumentos técnicos são falaciosos. Se fossem, e se o Crítico chegou a essa conclusão, porque não apresenta o raciocínio? Na verdade o Crítico escuda-se na questão da matemática para não discutir economia. Eu não tenho qualquer pretensão de provar de uma forma rigorosa que a economia de mercado é mais eficiente que uma economia estatizada. Basta-me apresentar melhores argumentos que o Crítico, que até agora não apresentou nenhuns. Aliás, se o Crítico alega que toma as suas posições com base na fé, que importância devo atribuir às suas posições?

Eu já respondi à questão matemática, e o crítico nem sequer analisou a minha posição em detalhe, mas vem agora dizer que eu fugi à questão. Ao mesmo tempo que continua a mostrar que não percebeu a minha posição quando diz que eu nego “inclusivamente o papel da matemática na ciência económica”. Não, eu não nego nada disso.

O Crítico alega que só está a discutir ética. Não está. Ao defender que o estado é uma solução melhor que o mercado para os problemas éticos, o Crítico está a defender uma tese económica que não justifica com equações.

Entretanto, se o crítico está a discutir ética, não deve partir do princípio, nem que os problemas éticos são uma questão de fé, nem que esses problemas éticos têm uma solução óbvia. O crítico devia, por exemplo, preocupar-se com a subjectividade dos valores em economia ou com o problema das consequências não pretendidas. O Crítico devia preocupar-se, por exemplo, com os problemas éticos inerentes às transferências de rendimentos através dos impostos.