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quarta-feira, junho 04, 2003
O Estado não é perfeito
O Cruzes Canhoto defende em alguns dos seus posts que dado que os portugueses não têm capacidades empreendedoras, então tem que ser o estado a conduzir e a estimular a economia.
Este é um argumento comum que pode ser generalizado desta forma: Os portugueses não têm a qualidade X, logo precisam do apoio do estado para desenvolverem a actividade Y.
Qual é o problema deste argumento? Simples: os portugueses são os mesmos, quer estejam nas empresas privadas quer estejam no governo. Se os portugueses não têm espírito empreendedor, então os portugueses do governo também não o têm. Os portugueses que estão no governo e na burocracia têm em teoria um espírito empreendedor pelo menos tão mau quanto o dos portugueses que trabalham em empresas privadas.
Em teoria, porque na prática as coisas são diferentes. O espírito empreendedor também pode ser desenvolvido. O ambiente burocrático com receitas garantidas pelos impostos e pelos deficits não é propriamente o melhor incentivo ao desenvolvimento do espírito empreendedor dos funcionários do estado. E os subsídios às empresas falidas não são o melhor incentivo ao espírito empreendedor dos privados. Por isso, a razão pela qual Portugal não tem empreendedores é simples. O estado deturpa o mercado e destrói o principal incentivo aos verdadeiros empreendedores: o lucro. Como é que o estado faz isso? Cobrando impostos elevados ao empreendedores eficientes e promovendo a concorrência desleal através dos subsídios aos empreendedores da treta.
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